Reuters
15/03/2002 - 14h24

Milosevic é acusado de ter usado força excessiva em Kosovo

da Reuters, em Haia (Holanda)

O ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic ignorou advertências insistentes sobre o fato de estar cavando seu próprio fracasso político e pessoal com o uso de força "excessiva" na Província de Kosovo, disse hoje o enviado britânico para os Bálcãs, Paddy Ashdown.

Ashdown afirmou ao tribunal de Haia (Holanda) ter dito a Milosevic, em um encontro pessoal ocorrido em 1998 em Belgrado (capital iugoslava), que ele enfrentaria críticas da comunidade internacional e acusações de genocídio se não colocasse fim à violência contra civis praticada em Kosovo.

Reuters - 13.fev.2002
Slobodan Milosevic, ex-presidente da Iugoslávia
O ex-líder da Iugoslávia é acusado de ter planejado a deportação de 800 mil moradores de origem albanesa da Província em 1999 depois de a tensão entre a maioria albanesa e a minoria sérvia da região ter estourado em uma guerra aberta.

Seis meses depois do encontro entre Ashdown e Milosevic, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) lançou a campanha de bombardeios que obrigou à retira sérvia de Kosovo em junho de 1999. Pouco depois, Milosevic era indiciado por crimes contra a humanidade nos Bálcãs.

"Eu disse ao senhor em termos claros que, se o senhor continuasse agindo daquele modo, o senhor tornaria inevitável uma ação da comunidade internacional, e ela acabou agindo", afirmou Ashdown para o ex-presidente. "A testemunha, por favor, limite-se a responder minhas perguntas e pare de fazer discursos", disse Milosevic.

O ex-presidente não reconhece a legitimidade da corte da ONU (Organização das Nações Unidas) instalada na Holanda e se recusou a nomear um advogado de defesa.

Milosevic responsabiliza a Otan e a guerrilha separatistas Exército de Libertação de Kosovo pelo êxodo da população civil.

Leia mais no especial sobre Slobodan Milosevic


 

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