Reuters
18/03/2002 - 13h05

Margareth Thatcher defende Reino Unido fora da União Européia

da Reuters, em Londres

Margareth Thatcher, ex-primeira-ministra do Reino Unido, remexeu, hoje, em uma das feridas abertas da política britânica ao defender que o país comece a se retirar da União Européia (UE), uma instituição "fundamentalmente irreformável", segundo suas palavras.

Em declarações que remetem aos dias agitados de seu governo, nos anos 80, a dama de ferro acusou a Europa de gerar alguns dos maiores problemas que afligem o mundo, como o nazismo.

"Diz-se frequentemente ser impensável que o Reino Unido deixe a União Européia. Mas evitar pensar sobre isso é um substitutivo insuficiente para uma avaliação do assunto", escreveu Thatcher em seu novo livro, "Statecraft", publicado em capítulos no jornal "The Times".

A ex-primeira-ministra parou a poucos passos de pedir pela retirada completa do Reino Unido, mas sugeriu uma série de ajustes que significaria, na prática, o desligamento do país do bloco de 15 países.

"As metas seriam retirar-se da CAP (Política Agrícola Comum), suspender a adoção da política comum de pesca, abandonar as políticas comuns de segurança e de relações internacionais e reafirmar nossa política comercial", disse.

Apesar de ter sido rejeitada por alguns, nos últimos anos, como uma personalidade sem relevância política, Thatcher não perdeu, aos 76 anos de idade, nada da sua habilidade para polarizar discussões, especialmente se o assunto é o engajamento do Reino Unido na Europa.

E a desconfiança da ex-dirigente encontra eco entre os britânicos, que, segundo pesquisas de opinião recentes, ainda se opõem, por exemplo, à adoção da moeda única européia, o euro.

"Durante minha vida, a maior parte dos problemas enfrentados pelo mundo veio, de uma forma ou de outra, do continente europeu, e as soluções para esses problemas, de fora", disse.

"O nazismo, ao final das contas, é uma ideologia européia, e o Terceiro Reich, uma tentativa de dominação européia."
 

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