Reuters
21/03/2002 - 10h15

Nokia quer triplicar exportação de celular brasileiro

da Reuters

A Nokia, fabricante finlandesa de aparelhos celulares, decidiu que é hora de fortalecer a posição do Brasil como exportador para as Américas. A meta de exportação para este ano, de US$ 450 milhões, é mais que o triplo do que foi vendido para o exterior em 2001. O principal mercado são os Estados Unidos.

O novo presidente da empresa, Fernando Terni, assumiu o cargo há cerca de um mês, egresso da Intelig, operadora de telefonia de longa distância. A missão, segundo ele, é de solidificar o que a Nokia construiu nos últimos quatro anos, desde que partiu para uma parceria com a Gradiente, em 1998.

A Nokia é hoje líder do mercado brasileiro de aparelhos celulares, com participação local superior aos 37% que tem em todo o mundo, depois de ter adquirido em 2000 a parcela da Gradiente na joint-venture.

"Consolidar significa tornar o Brasil uma plataforma de exportação", afirmou Terni na quarta-feira, com a mão direita enfaixada depois de ter passado no mesmo dia por uma cirurgia para recuperar o tendão de um dedo rompido durante partida de tênis.

O crescimento das exportações da unidade brasileira tem sido explosivo. Após modestos US$ 4 milhões em 2000, as exportações chegaram a US$ 143 milhões em 2001, superando a meta de US$ 100 milhões.

"A gente exportava para a América Latina, mas era uma história de sucesso, não era de sofrimento, independente da Argentina", disse o executivo, ressaltando que o foco este ano é o mercado norte-americano.

"Evidentemente que não cobrimos todo o portfólio de produtos da Nokia para os Estados Unidos, mas entramos em um nicho de mercado em que o Brasil é competitivo, com qualidade e preço", disse. Unidades fabris da Nokia no México e na Coréia também exportam para o mercado norte-americano.

Comunicação global
O fabricante não divulga números da produção local, mas é a nona maior subsidiária do grupo, com faturamento de US$ 1 bilhão no ano passado. Além de celulares, a Nokia comercializa no país infra-estrutura celular, sistemas de comunicação por rádio (trunking) e sistemas para acesso rápido à internet pela telefonia fixa.

Na fábrica de Manaus, a Nokia passou a produzir aparelhos celulares de tecnologia européia, o GSM (Global System for Mobile Communications), que já está sendo fornecido para a Oi, subsidiária da Telemar . Embora tenha anunciado que fabricaria infra-estrutura GSM no país, a Nokia optou pela montagem de equipamentos em parceria com a Celestica, empresa de terceirização.

"A expectativa com o mercado GSM começa a partir de agora. Quando lançarem o serviço vamos ver se as estimativas que eles nos passaram vão se cristalizar ou não", disse. As novas operadoras nessa tecnologia —Oi e TIM, da Telecom Italia Mobile— ainda não estão liberadas para atuar, mas se dizem prontas para lançar o serviço assim que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) autorizá-las.

A Nokia pretende ocupar também o mercado de trunking digital, atendendo a forças policiais, por exemplo. Para tanto, está disposta a participar de licitações. Os equipamentos baseados na tecnologia GSM serão, no entanto, importados.
 

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