Líderes bósnios chegam a acordo sobre direitos de etnias
da Reuters, em SarajevoLíderes bósnios chegaram a um acordo hoje para garantir direitos iguais aos três grupos étnicos do país, mas os sérvios concordaram apenas com uma versão menos contundente do documento, que nacionalistas muçulmanos e croatas não assinaram.
O acordo saiu após uma noite de negociações realizadas sob pressão de Wolfgang Petritsch, o principal supervisor do tratado de paz no país, para que as partes concordassem sobre reformas nas Constituições das duas regiões da Bósnia a fim de acabar com a discriminação contra os sérvios em uma e contra os muçulmanos e croatas na outra.
O resultado da reunião dá mostras da desconfiança ainda existente entre os grupos étnicos da Bósnia. Mais de seis anos depois do fim da guerra civil (1992-95), o país ainda enfrenta divisões étnicas que o processo de reforma constitucional deveria superar. "Estou convencido de que esse acordo é um tijolo muito importante para construirmos uma Bósnia-Herzegóvina melhor e mais democrática no futuro", afirmou Petritsch, acrescentando esperar que os partidos dissidentes assinem em breve o documento.
Líderes da coalizão governista da Federação Muçulmano-Croata da Bósnia assinaram o acordo, que, segundo Petritsch, contém mudanças fundamentais aprovadas por todos os envolvidos no processo.
Mas políticos da República Sérvia, a outra metade do país, somente assinariam o documento como princípio, o que implicava reservas, disse.
A União Democrática Croata (HDZ), nacionalista, não assinou o acordo. O Partido Muçulmano para a Ação Democrática (SDA) já havia abandonado o processo na semana passada.
As atuais Constituições impedem que muçulmanos e croatas tenham cargos públicos na região sérvia e que os sérvios detenham esses cargos na Federação.
A fim de acabar com isso, o acordo precisa ser ratificado pelos Parlamentos das duas regiões.
Leia mais no especial Bálcãs
