Reuters
14/05/2001 - 07h17

Nacionalistas vencem eleições no País Basco

da Reuters, em Madri

Os nacionalistas moderados venceram as eleições realizadas ontem no País Basco, sendo que os aliados do grupo separatista ETA foram os grandes derrotados.

Devido ao recrudescimento da campanha de violência do ETA (País Basco e Liberdade), os eleitores puniram, pelo voto, o Euskal Herritarrok (EH), um partido radical de esquerda considerado o braço político do grupo separatista, que há 33 anos promove atentados terroristas a fim de criar um Estado independente nas regiões bascas ao norte da Espanha e ao sul da França.

Uma coalizão liderada pelo Partido Nacional Basco (PNV), que defende a independência por meios pacíficos, ampliou sua participação no parlamento local, conquistando 33 cadeiras contra as 27 que tinha antes.

O EH perdeu metade das 14 cadeiras que havia conquistado em 1998, durante um cessar-fogo decretado pelo ETA. A popularidade do partido também caiu para quase 10 por cento, seu índice mais baixo desde o retorno da democracia à Espanha, nos anos 70. Foi o preço político do reinício da campanha de atentados do ETA a partir de 1999 que, desde então, já matou 29 pessoas.

"Os cidadãos votaram contra o terror", afirmou Javier Arenas, secretário-geral do Partido Popular (PP), que governa a Espanha.

Os 2,2 milhões de eleitores bascos viram na votação um plebiscito que decidiu entre a linha dura do governo espanhol contra o ETA e a posição mais branda do PNV, que defende amplas conversações de paz ao estilo das que aconteceram na Irlanda do Norte.

Apesar de ameaças do ETA, as eleições foram tranq ilas e tiveram elevado índice de comparecimento às urnas, 78 por cento. Na véspera da votação, uma bomba explodiu no centro de Madri, deixando 14 pessoas feridas.

O PNV, liderado pelo presidente basco Juan Jose Ibarretxe, terá agora de formar uma aliança para obter a maioria necessária para governar o país. Os socialistas, que ganharam 13 cadeiras devem se aliar ao governo. A reaproximação entre o partido governista e os radicais separatistas do EH só deve se dar se a agremiação deixar de apoiar a campanha de terror do ETA.
 

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