Combate à pornografia on-line tende a falhar, diz especialista
da Reuters, em Filadélfia (EUA)A adoção de programas capazes de impedir o acesso a sites pornográficos em bibliotecas públicas dos Estados Unidos deve falhar, disse um especialista em informática ao governo dos EUA, que tenta proteger jovens norte-americanos de conteúdo adulto na web.
O objetivo do governo é detectar até onde pode interferir para evitar que crianças sejam expostas à pornografia quando se conectam à internet em bibliotecas do país.
"Esses são problemas que não podem ser superados", disse Geoffrey Nunberg, linguista da Universidade de Stanford. Nunberg disse que métodos matemáticos para operar um software de filtros simplesmente não são adversários para a astúcia humana.
Como resultado disso, os filtros endossados por líderes congressistas como meio de resguardar as crianças de conteúdo adulto na web, por exemplo, bloqueiam sites que contêm termos sexuais no singular, mas esquecem de impedir a busca da mesma palavra no plural.
O governo dos EUA está discutindo uma lei assinada pelo então presidente norte-americano Bill Clinton, em 2000, que restringe o acessso à internet e a cerca de 11 milhões de sites, dos quais aproximadamente 1% contém material sexual explícito.
Mas a legislação gera polêmica, e alguns grupos de direitos de liberdade dizem que a lei fere a Constituição dos EUA.
Não é a primeira vez que o Congresso tenta controlar o acesso a conteúdo pornográfico na web. Em 1996 foi criada a Communications Decency Act, considerada ilegal pela Suprema Corte por infringir o direito de expressão.
Um painel judicial, o mesmo que ouviu o especialista Geoffrey Nunberg, vai dar um veredicto sobre a lei assinada por Clinton em 2000. Após isso, a legislação será imediatamente enviada para a Suprema Corte.
Ontem Nunberg disse que gastou muitas horas testando os filtros em cerca de 300 sites para observar quais conteúdos seriam bloqueados. Entre os itens classificados como "sexo" ou "pornografia" estavam o site do centro de pesquisa sexual da California State University, o estudo Canadian AIDS e a revista on-line Salon.com.
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