Reuters
28/03/2002 - 17h59

Francês acusado de ligação com atentados pode pegar pena de morte

da Reuters, em Washington

O Departamento de Justiça norte-americano quer a pena de morte para Zacarias Moussaoui, 33, cidadão francês acusado de conspirar com o saudita Osama bin Laden e a rede terrorista Al Qaeda para executar os ataques de 11 de setembro.

Em uma decisão que deverá provocar novas críticas por parte de nações européias contrárias à pena de morte, o promotor-geral dos EUA, John Ashcroft, rejeitou pedidos feitos pelo Ministério da Justiça francês de não solicitar a pena de morte a Moussaoui, o único indiciado nos Estados Unidos pelos atentados.

Ashcroft, a principal autoridade judiciária dos Estados Unidos, aceitou os argumentos dos promotores do caso e disse tê-los autorizado a solicitar a pena de morte.

"O governo vai tentar obter a sentença de morte, uma vez que as circunstâncias do crime justificam uma pena capital", disseram os promotores Paul McNulty e James Comey no protocolo judicial.

Segundo eles, os atos de Moussaoui resultaram na morte de mais de 3 mil pessoas, a maior perda de vidas em um ato criminoso da história dos Estados Unidos. Os promotores acrescentaram que o acusado "demonstrou falta de remorso por sua conduta criminal".

Segundo as autoridades norte-americanas, Moussaoui pode ter se preparado para ser o vigésimo militante que sequestraria os aviões para os ataques. Um dos aviões, o que caiu na Pensilvânia, tinha apenas quatro sequestradores a bordo, enquanto os três outros que atingiram o World Trade Center e o Pentágono tinham a bordo cinco sequestradores cada um.

Os advogados de Moussaoui têm até 18 de abril para entrar objeções à pena de morte, e já alegaram a inocência de seu cliente. O julgamento está marcado para começar no dia 30 de setembro em Alexandria, na Virgínia (EUA).

A ministra da Justiça francesa, Marylise Lebranchu, disse que a França - que aboliu a pena de morte em 1981 - não irá aceitar a condição para Moussaoui. O governo francês ameaçou parar de cooperar com as investigações sobre os atentados.

No dia 11 de setembro, Moussaoui já estava preso nos Estados Unidos pelo serviço de imigração. Ele havia sido detido em 16 de agosto na escola de vôo em que treinava, em Minnesota.

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