Centenas são detidos no Afeganistão após tentativa de golpe
da Reuters, em CabulAutoridades afegãs disseram hoje terem impedido um golpe de Estado para tirar do poder o líder interino do país, Hamid Karzai, por meio de uma campanha de atentados e ataques contra as forças de paz internacionais.
O chefe da polícia de Cabul [capital afegã], Deen Mohammad Jurat, responsabilizou pela tentativa de golpe o ex-primeiro-ministro Gulbuddin Hekmatyar, chefe do grupo islâmico extremista Hezb-e-Islami, apoiado no passado pelos Estados Unidos.
Várias centenas de pessoas foram detidas nos últimos dias.
"Eles planejavam realizar atos destrutivos como ataques a bomba contra áreas de Cabul e investidas contra as forças de paz", afirmou Jurat.
Segundo o chefe de polícia, Sabawon, cunhado de Hekmatyar, encontrava-se entre os detidos nas operações, durante as quais acharam-se vários depósitos de armas a serem usadas no golpe.
Jurat descreveu Hekmatyar como um aliado do Taleban, derrubado do poder no ano passado. O golpe visaria a destruir o atual governo afegão, que conta com o apoio do Ocidente, e a ressuscitar a administração do Taleban.
O chefe de polícia também afirmou que os golpistas pretendiam assassinar o ex-rei Zahir Shah, cuja volta para o Afeganistão é esperada há várias semanas.
O plano do golpe passava por uma campanha de ataques a bomba para atrapalhar a realização, em junho, de uma Loya Jirga [grande conselho tribal], que deve decidir sobre o futuro do país.
O paradeiro de Hekmatyar, que fugiu para o Irã depois de o Taleban ter subido ao poder, em 1996, é desconhecido.
O Irã fechou os escritórios dele em Teerã [capital iraniana] no começo deste ano e há relatos de que Hekmatyar tivesse voltado para o Afeganistão.
Durante a ocupação soviética do território afegão, os EUA enviaram centenas de milhões de dólares em armas pelo Paquistão para Hekmatyar.
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