Reuters
09/04/2002 - 15h04

Político quer se tornar o 1º premiê gay da Holanda

da Reuters, em Roterdã

O político antiimigração Pim Fortuyn, 54, que tenta se tornar o primeiro premiê holandês homossexual, concentra suas forças para tentar se afastar da imagem de um direitista racista como o austríaco Jöerg Haider, com quem foi comparado.

O ex-professor de sociologia de cabeça raspada adicionou cor e controvérsia ao mundo geralmente monótono da política holandesa, chamando o Islã de "retrógrado" e afirmando que o país, tradicionalmente tolerante, deveria fechar as portas à imigração.

"Considero intolerável que eu seja comparado com um líder como Haider ou (Jean-Marie) Le Pen", disse Fortuyn ontem, referindo-se ao austríaco e líder de extrema direita Le Pen, da França. "Minhas políticas são multiétnicas e certamente não são racistas."

Fortuyn tenta reconquistar a simpatia dos eleitores depois de perder terreno nas pesquisas de opinião às vésperas do pleito, em 15 de maio. O político lançou o partido "Lista de Pim Fortuyn" em fevereiro depois de ter sido expulso de uma legenda por ter atacado a imigração e criticado o islamismo.

Em poucas semanas, o partido dele, que se diz "não-ideológico e baseado em políticas concretas", chegou ao segundo lugar nas pesquisas de opinião. Depois disso, a legenda caiu para quarto, mas ainda pode conquistar cadeiras suficientes no Parlamento para ingressar em uma coalizão de centro-direita.

Fortuyn se apresenta como um político novato e pronto para romper com tabus e que, ao contrário dos homens sentados há tempos no governo, atreve-se a dizer o que o homem comum sente.

Apesar dos oitos anos de prosperidade econômica verificada sob uma coalizão de centro-esquerda, os holandeses parecem frustrados com os crescentes níveis de criminalidade, com a deterioração das escolas e com as longas listas de espera em hospitais.


 

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