Reuters
09/04/2002 - 18h08

Insegurança marca o "Dia do Holocausto" em Israel

da Reuters, em Jerusalém

A dona-de-casa Chaya Mansdorf visita o museu do Holocausto, em Israel, todos os anos para relembrar os 6 milhões de judeus mortos pela Alemanha nazista, mas nunca sentiu tanto medo do isolamento judaico como na visita de hoje.

Ela e outros israelenses sentem-se cada vez mais inseguros, após uma onda de ataques suicidas palestinos durante 18 meses de conflito e com as crescentes críticas internacionais à ofensiva militar na Cisjordânia.

"Sinto-me confinada pela situação, como se os acontecimentos do Holocausto estivessem se repetindo. Escutei a rádio e eles falavam sobre a onda de anti-semitismo ao redor do mundo", disse Chaya.

Israel praticamente parou às 10h (4h de Brasília), quando sirenes anunciaram o Dia de Lembrança do Holocausto, em memória dos judeus mortos durante a Segunda Guerra Mundial. As pessoas pararam os carros, saíram em ficaram em posição de sentido e em silêncio.

Escolas e instituições do governo realizaram cerimônias. Jornais, rádios e programas de televisão mostraram israelenses que sobreviveram aos campos de concentração nazistas.

Diversos países, como Estados Unidos e Alemanha, construíram museus do Holocausto. O Reino Unido comemora o dia em 27 de janeiro, quando o campo da morte de Auschwitz, na Polônia, foi liberado por tropas russas, em 1945.

Mas muitos israelenses interpretam a reação mundial à ofensiva militar como anti-semitismo, o que é negado por autoridades.

Mesmo antes das atuais críticas, o historiador judeu Ezra Mendelsoh disse que o Holocausto influenciou a visão política de muitos israelenses.

"Isso demonstrou a profundidade do ódio aos judeus", disse, acrescentando que o Holocausto também antecipou uma atitude de "o mundo inteiro contra nós".

Outros israelenses dizem que o povo palestino está contra eles, mas a visão do marido de Chaya, Itzhak, faz coro com as palavras do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon. "Não estamos lutando com o povo palestino, mas com os terroristas palestinos", disse.

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