Reuters
09/04/2002 - 14h32

Globo espera banda larga para oferecer acesso à web

da Reuters, no Rio de Janeiro

As Organizações Globo esperam começar a ganhar dinheiro na internet quando a banda larga se popularizar no país, algo que, segundo o presidente da Globo.com, Juarez Queiroz, está próximo de acontecer.

"Até fevereiro deste ano, as telcos [operadoras de telecomunicações] estavam preocupadas com a instalação de terminais telefônicos, e essa meta foi cumprida até com alguma folga", disse Queiroz em entrevista à Reuters.

"Já que elas não vão crescer com a instalação de novos terminais, deve haver um deslocamento de receita para banda larga e a gente quer ter nosso conteúdo disponibilizado nessas operadoras de telefonia."

Nesse setor, o movimento pode ser notado com as promoções feitas para aumentar a adesão ao acesso rápido. A Telefônica baixou a instalação do serviço Speedy de R$ 254 para R$ 76,20, e a Telemar reduziu o Velox de R$ 189 para R$ 100.

A Globo teve uma entrada considerada tardia na internet em março de 2000 e passou por alterações no modelo de negócio. Mas a estratégia do portal nunca ficou realmente clara.

Desde uma reestruturação feita no início de 2001, a Globo.com se firmou como a divisão que vai levar a emissora de TV para a internet.

Queiroz, que veio da Telemar, reduziu em um terço a estrutura operacional do portal. Aproveitou as 250 pessoas que ficaram concentrando esforços em promover os produtos da televisão na web e vice-versa.

Hoje é comum ver apresentadores como Faustão ou Xuxa promovendo a Globo.com durante seus programas. O "reality show" Big Brother Brasil, responsável por 22% dos visitantes do portal em janeiro, também virou uma fonte de receita ao ser oferecido por alguns serviços de banda larga, como o BrTurbo e o Speedy.

Mais audiência
Enquanto o acesso rápido para ver imagens da televisão no computador não se massifica, a Globo.com busca gerar receita aumentando a audiência de seus sites, atraindo seus anunciantes na TV para a mídia digital.

Com campanhas casadas entre os programas televisivos e os sites do portal, iniciativa chamada "cross media", a Globo.com espera que até 30% de sua receita seja propaganda online, apostando que o restante possa vir com a futura distribuição de conteúdo às telefônicas e acesso à rede.

A preparação incluiu a criação de mais de 30 sites para o portal em 2001 e o lançamento de dez ferramentas, como busca e serviços de bate-papo.

Com isso, em dezembro de 2001, a Globo.com chegou ao 3º lugar da audiência com 2,7 milhões de visitantes únicos, de acordo com o instituto Ibope eRatings. Um ano antes, o portal ocupava a 8ª posição, com 1,2 milhão de visitantes.

Queiroz ressalta que isso aconteceu num momento de plena consolidação de mercado. No mesmo período, o iG conquistou a segunda posição no ranking geral ao comprar o portal de construção de páginas online hpG. O Yahoo!, por sua vez, subiu para o quarto posto com a aquisição do site de buscas Cadê.

A liderança permanece com o Universo Online, dos grupos Folha, Abril e Portugal Telecom, com pouco mais de 4 milhões de visitantes únicos.

Vice?
O executivo acredita que a Globo.com pode atingir a segunda posição se continuar tratando cada site do portal como um produto, aproveitando o conteúdo feito na casa e estimulando a venda cruzada de publicidade nos diversos canais de distribuição do grupo.

"O mercado vai se consolidar ainda mais e a concorrência vai ser duríssima. Até o momento, a gente queria crescer sem comprar ninguém. Conseguimos. Só perdemos para o UOL e para o iG, mas eles oferecem acesso", disse Queiroz.

"Toda a estrutura está pronta para entrarmos no serviço de acesso em banda larga e banda estreita. Até o sistema de cobrança está pronto. Estamos aguardando para fazer o investimento adequado e falando com as telcos para que possam prover a infra-estrutura", afirmou.

Depois disso, diz Queiroz, a Globo tende estar fadada ao sucesso. "É o que diz a concorrência. Eu acho que quando entrarmos na banda larga voltaremos ao ponto zero e aí nosso crescimento poderá ser exponencial", afirma o executivo.

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