EUA querem renúncia de bispos envolvidos em abuso sexual
da Reuters, em Nova YorkTrês entre quatro católicos acreditam que os bispos que apenas transferiram padres acusados de abuso sexual e não comunicaram as denúncias às autoridades devem renunciar ao cargo, mostrou uma pesquisa nesta quinta-feira.
Em uma extensa pesquisa comandada pelo Instituto de Pesquisa da Universidade de Quinnipiac motivada pelos recentes escândalos de abuso sexual, com a divulgação de casos da década passada, 67 por cento dos católicos disseram que os padres deviam ter o direito de se casar e um terço disse que a proibição do casamento contribui para o problema do abuso sexual.
A pesquisa foi realizada de 1 a 9 de abril e respondida por 1.347 americanos, incluindo 326 católicos. Separadamente, um grupo de 1.695 pessoas de Massachusetts, Nova York e Connecticut -os três estados mais abalados pelos escândalos- responderam à pesquisa. Desse grupo, 728 eram católicos.
Em Massachusetts, 60% dos católicos acreditam que o cardeal Bernard Law deve renunciar ao cargo de arcebispo de Boston devido às acusações de abuso sexual de seus subordinados. O cardeal de Nova York, Edward Egan -sob a acusação de ter encoberto abusos sexuais quando era bispo de Bridgeport, Connecticut- é visto de uma maneira mais favorável pelos católicos de Nova York, com apenas 22% de reprovação.
Em Connecticut, 31% dos católicos entrevistados acreditam que Egan deva renunciar.
"A maioria dos americanos, incluindo a substancial minoria católica, acredita que o celibato contribui para os problemas de abuso sexual", disse Maurice Carrol, diretor do Centro de Pesquisa da Universidade de Quinnipiac.
A pesquisa mostrou que 83% dos católicos norte-americanos não abalaram sua fé com a denúncia dos abusos, mas 32% disseram que sua crença nos bispos e cardeais enfraqueceu.