Reuters
12/04/2002 - 16h14

Siemens aposta na terceirização da rede interna da Telemar

da Reuters

O diretor geral da área de comunicações da Siemens no Brasil, Aluizio Byrro, acredita que a fabricante de equipamentos é uma das mais fortes candidatas a conquistar a conta de operação e manutenção da rede interna da Telemar. Segundo a operadora, a licitação deve ser finalizada em breve.

Os valores envolvidos na terceirização da gerência dos equipamentos que ficam dentro dos prédios da operadora não foram divulgados. A Telemar dividiu a rede interna em cinco áreas, mas a licitação atual cobre o equivalente a metade das 14,8 milhões de linhas em serviço, segundo o executivo da Siemens. Numa segunda rodada deve ser licitado o resto.

"A Siemens é um dos mais fortes candidatos", afirmou Byrro. "Nossas propostas têm margens de lucro reduzidas, mas se ganharmos em quantidade haverá melhorias de processos e sinergias, por isso, é um jogo de ganha-ganha para as duas partes."

A escala é fundamental para assegurar a redução de custos com a terceirização, segundo Byrro. "A Siemens já tem uma estrutura que dá apoio aos clientes, se a otimizo, posso fazer a um custo mais baixo para as operadoras", disse. "Não daria certo pulverizar."

A Siemens disputa com outros fornecedores tanto a conta da Telemar quanto a da Brasil Telecom, que também está terceirizando a operação e manutenção da rede interna. Lucent e NEC confirmaram o interesse por essa área de serviços.

A metamorfose dessas empresas —de fabricantes de equipamentos para provedores de serviços e soluções— acontece em todo o mundo. Segundo Byrro, a meta da Siemens mundial é que a área de serviços represente metade do faturamento em 2005. Hoje varia de 25% a 30%, dependendo da área. A meta vale também para o Brasil.

A demanda por equipamentos de telefonia fixa perto de zero no país força os fornecedores a buscar alternativas rapidamente.

"A situação é muito difícil. Quem comparar o frenesi de abril do ano passado e olhar agora leva um susto", disse Byrro. "Fomos muito melhor que o resto do mundo nos dois anos de ouro que tivemos e agora vamos ter os dois piores", comentou.

O executivo relatou que enquanto diretores da Siemens de outros países alertam para redução de 10% a 15% da projeção de vendas, no Brasil, a queda é de 30% a 40%.

As estimativas da área de telefonia fixa da Siemens no Brasil já contemplavam uma desaceleração do mercado, mas o cenário é pior, com uma retração efetiva de 65%. Uma vantagem para a empresa é a estréia da tecnologia européia de telefonia móvel —o GSM (Global System for Mobile Communications).
 

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