Reuters
15/04/2002 - 13h41

Começa processo de formação de Loya Jirga no Afeganistão

da Reuters, em Cabul

O Afeganistão deu início hoje a um processo complicado para escolher os delegados de uma grande assembléia, Loya Jirga, que acontece em junho e que a ONU (Organização das Nações Unidas) acredita ser um passo decisivo na restauração da paz no país destruído por duas décadas de conflitos.

Em um país infestado de armas, aplacado por grandes divisões étnicas e tomado por um número desconhecido de grupos de remanescentes do Taleban e da Al Qaeda, equipes da ONU começaram a monitorar as eleições na cidade de Mazar-e-Sharif (norte).



O processo eleitoral percorreria todo o país até que todos os 1.051 delegados da Loya Jirga sejam escolhidos, afirmou Mohammad Kazim Ahang, membro da comissão que organiza a grande assembléia.

A eleição começou pouco antes da data prevista para o retorno ao país do ex-rei Zahir Shah, há quase 30 anos vivendo no exílio na Itália, e em meio a uma nova onda de violência, que incluiu ataques contra membros das forças de paz localizadas em Cabul [capital].

Zahir Shah, 87, deve presidir a sessão de abertura da Loya Jirga, marcada para 10 de junho. O ex-rei é da etnia pashtun, majoritária no país e também no antigo regime Taleban. Alguns tadjiques do governo interino opõem-se à volta dele.

A Loya Jirga é convocada no Afeganistão para decidir assuntos importantes. Geralmente, porém, a ela comparecem líderes tribais idosos convocados pelo governante. A assembléia de junho, além dos delegados eleitos, contará com a presença de 450 pessoas escolhidas pela comissão organizadora.

"Os 1.501 representantes irão escolher o futuro líder, tomarão decisões sobre as principais estruturas do governo e sobre as pessoas que governarão o país", disse Ahang.


 

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