Reuters
16/05/2001 - 10h20

Iraque pode suspender venda de petróleo à Jordânia e à Turquia

da Reuters, em Bagdá (Iraque)

O Iraque ameaça suspender as exportações de petróleo para a Jordânia e a Turquia se esses países cooperarem com um plano americano de impor novas sanções ao país -um embargo de armas mais rígido, aliado a controles mais liberais na venda de bens civis aos iraquianos.

O vice-primeiro-ministro iraquiano, Tareq Aziz, disse à TV de seu país que Bagdá se recusaria a vender combustível aos dois vizinhos sob o programa "petróleo por comida", patrocinado pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Jordânia e Turquia não participam do programa da ONU e pagam a Bagdá em dinheiro pelo petróleo, uma exceção nas sanções impostas desde a Guerra do Golfo. Para a Turquia, o combustível é entregue por caminhões e por um oleoduto, pelo qual passam 40% dos 2,2 milhões de barris diários das vendas monitoradas pela ONU.

O Iraque fornece à Jordânia, desde 1990, todas as suas necessidades de petróleo e derivados. São cerca de 95 mil barris por dia, o que significaria 600 milhões por ano. Mas a negociação é feita com condições secretas, que aliviam o pesado déficit das contas da Jordânia.

"Metade das exportações para a Jordânia são gratuitas, enquanto o resto é vendido a preços subsidiados'', disse Aziz. Para a Turquia, parte do petróleo é vendido no programa de troca por gêneros de primeira necessidade, mas outra parte é exportada ilicitamente.

"Se o dinheiro da venda de petróleo vai para uma conta de gêneros, por que deveríamos vendê-lo a preços mais baixos ou simplesmente dá-lo de graça?", perguntou Aziz.

Segundo o novo plano de sanções dos EUA, a venda ilícita de petróleo do Iraque para a Turquia, Síria, Jordânia e Irã passaria a integrar o sistema da ONU. "Se nosso comércio com a Jordânia entrar no acordo 'petróleo por comida' e sob a influência norte-americana, não fará mais sentido", disse Aziz. "O mesmo vale para a Turquia."

O plano norte-americano inclui a presença de inspetores em aviões com destino ao Iraque, preços reduzidos nas vendas de petróleo a determinados países e, possivelmente, o subsídio a importações feitas por países mais pobres da região.
 

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