Reuters
22/04/2002 - 21h27

Papa discute casos de pedofilia com cardeais dos EUA amanhã

da Reuters, na Cidade do Vaticano

O papa João Paulo 2º deve encontrar-se com cardeais norte-americanos amanhã para tentar restaurar a credibilidade da Igreja Católica dos Estados Unidos, abalada por uma onda de acusações de pedofilia contra padres.

A Igreja Católica é acusada de transferir os religiosos de paróquia em paróquia para acobertar padres pedófilos, medida que abalou a confiança dos fiéis de Boston a Los Angeles.

Enfrentando críticas crescentes por sua aparente demora em responder ao furor, o papa convocou na semana passada líderes católicos dos EUA para para dois dias de discussões no Vaticano, destinadas a estabelecer políticas uniformes para os casos de pedofilia.

Alguns religiosos da delegação dos Estados Unidos esperam que as conversações não fiquem somente na limitação dos danos, mas que abordem assuntos tabus como o fim do celibato para os padres, maior espaço para as mulheres e homossexuais candidatos ao sacerdócio.

Todos os 13 cardeais norte-americanos foram convidados para a conferência, que será realizada a portas fechadas em um salão do Vaticano. Apenas o arcebispo de Washington, James Hickey, não participará das reuniões por motivos de saúde.

A maior parte da atenção está sobre o cardeal de Boston, Bernard Law, acusado de permitir a padres suspeitos de abuso sexual trocar de paróquias para evitarem problemas.

Ele tem recusado os pedidos para sua renúncia e disse que a reunião no Vaticano é um "chamado" para a Igreja nos Estados Unidos.

Existem cerca de 65 milhões de católicos nos Estados Unidos, o terceiro maior país católico, atrás do Brasil e do México. A Igreja Católica é a maior organização não-governamental dos EUA —e provavelmente a que mais rende dividendos aos cofres do Vaticano.

Mas suas finanças vêm sido abaladas por processos milionários de abusos sexuais.

Alguns observadores do Vaticano disseram para as pessoas não esperarem muito das discussões, afirmando que a maioria delas somente vão criar diretrizes para uma conferência em junho entre bispos norte-americanos. Esta cúpula tem como objetivo determinar até onde eles poderão ir na reforma das políticas da Igreja.
 

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