Aumenta pressão por reforma ministerial na Venezuela
da Reuters, em CaracasUm aliado próximo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, cedeu a pressões e defendeu publicamente que seja feita uma reforma ministerial para desarmar a tensão política com os adversários, surgida depois do golpe que tirou o mandatário do cargo por alguns dias.
O presidente da Assembléia Nacional, Willian Lara, disse na noite de ontem que outros membros do partido de Chávez, o MVR (Movimento Quinta República), estão apresentando propostas de mudanças no gabinete.
"O que Hugo Chávez precisa fazer para garantir que sua política de reconciliação seja clara e convincente para a oposição e obter reciprocidade? Entre outras coisas, reformular o gabinete", disse Lara a correspondentes estrangeiros.
Lara não deu detalhes das propostas de mudanças, mas disse que o gabinete de Chávez precisa de "novas faces e algum reposicionamento".
A oposição exige a saída do vice-presidente, Diosdado Cabello, e do ministro do Interior, Ramon Rodriguez, que a exemplo de Chávez são ex-oficiais militares. Durante as 48 horas que Chávez passou nas mãos dos oficiais golpistas, Rodriguez foi detido e Cabello ajudou a mobilizar milhares de simpatizantes que tomaram as ruas pedindo o retorno do presidente.
Os adversários querem que Chávez e Rodriguez sejam responsabilizados pelas 17 mortes ocorridas durante a reviravolta na Venezuela, quarto maior produtor de petróleo do mundo.
Líderes empresariais também pediram a remoção do ministro do Planejamento, Jorge Giordani, que afirmam ser o arquiteto das reformas esquerdistas de Chávez.
Além disso, a oposição quer um referendo sobre o governo de Chávez, mas Lara acha que a proposta não passará na Assembléia Nacional, onde o presidente tem maioria.
Seis oficiais militares estão sendo acusados de rebelião pela suposta participação no golpe. Autoridades de inteligência também vasculharam a casa do empresário Isaac Perez Recao, como parte das investigações sobre o breve golpe.
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