Reuters
16/05/2001 - 20h20

Larry Flynt diz estar à caça de "podres" do presidente George W. Bush

da Reuters, em Cannes

O rei da pornografia Larry Flynt admitiu na quarta-feira estar à procura de fatos inconfessáveis envolvendo o presidente George W. Bush, mas disse que enfrenta um muro de silêncio erguido no Texas, Estado natal do presidente.

Editor da revista pornográfica Hustler, Flynt teme que a administração Bush tente amordaçar a indústria pornográfica, que floresceu durante os oito anos de governo Clinton.

Democrata ferrenho e crítico feroz de Bush, Flynt disse que quer descobrir escândalos do passado do presidente, mas afirmou que a tarefa não é fácil.

"É difícil tirar qualquer informação do Texas", comentou. "A gente consegue pouquíssima cooperação", disse Flynt em entrevista coletiva concedida em Cannes.

Paraplégico e confinado a uma cadeira de rodas desde que sofreu uma tentativa de assassinato, em 1978, Larry Flynt condenou repetidas vezes os republicanos por tentarem o impeachment de Clinton em razão do escândalo Monica Lewinsky.

Sobre Bush, o bronzeado editor comentou: "Ele é o presidente mais burro que já tivemos. Os amigos de seu pai que o mantêm em pé... Com o tempo ele vai desmoronar, as coisas vão ficar ruins e ficaremos feliz em receber Clinton de volta."

Flynt avisou os políticos norte-americanos que eles não podem brecar a revolução sexual, que prossegue de vento em popa, especialmente pela Internet.

"Nunca houve tanto interesse pelo sexo quanto agora. O gênio saiu da garrafa, e, com a tecnologia sem fios, não há como colocá-lo de volta", previu.

Usando anéis brilhantes em todos os dedos, Flynt comentou: "Não há dúvida alguma de que a pornografia está ganhando aceitação". Ele começou a entrevista com uma defesa apaixonada das liberdades individuais.

Acusando os líderes religiosos dos EUA de tentar impor sua moral a todo o mundo, afirmou: "O maior direito que qualquer país pode dar a seu povo é o direito de não ser perturbado."

"O governo está fazendo a mesma coisa que os líderes religiosos, achando que, se puder controlar nossos poderes, poderá nos controlar."
 

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