Reuters
26/04/2002 - 12h41

Ucrânia pede que o mundo não se esqueça de Tchernobil

da Reduters, em Kiev (Ucrânia)

O governo da Ucrânia fez um apelo na sexta-feira para que o mundo não se esqueça de Tchernobil e de suas vítimas, que ainda precisam de ajuda 16 anos depois de o pior desastre nuclear da história ter lançado nuvens de radioatividade sobre grande parte da Europa.

O presidente ucraniano, Leonid Kuchma, o primeiro-ministro Anatoly Kinakh e outras autoridades depositaram flores em um túmulo simbólico construído na capital do país, Kiev, em homenagem às pessoas mortas depois da explosão do reator quatro de Tchernobil, em 26 de abril de 1986.

As autoridades acenderam velas para os mortos em uma igreja construída para lembrar o acidente. Horas antes, centenas de ucranianos haviam se reunido ali enquanto os sinos tocavam pouco depois da 1 hora da madrugada, hora da explosão.

"A catástrofe de Tchernobil não deve ser nunca apagada da memória da humanidade", disse o governo em um jornal estatal. O comunicado pediu apoio financeiro e humanitário para as pessoas envolvidas nas operações de limpeza e para outras vítimas.

Milhares de quilômetros quadrados de terra ainda guardam as marcas do acidente. Ali, os produtos agrícolas, a água e o leite apresentam níveis perigosos de radiação. Atingidos pela pobreza, muitos ucranianos colhem cogumelos e frutas silvestres em campos e florestas contaminadas.

A explosão em Tchernobil, que matou pouco mais de 30 bombeiros na hora, teria provocado a morte de milhares de pessoas devido a doenças relacionadas com a radiatividade. O país enfrenta um grande aumento no número de casos de câncer de tiróide.

Especialistas da área de saúde advertiram que mutações genéticas e alimentos contaminados poderiam dar à luz uma nova geração de vítimas de Tchernobil, prolongando a tragédia por anos.
 

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