Guerra ao terrorismo dos Estados Unidos chega à Geórgia
da Reuters, em TbilisiMilitares norte-americanos começaram a desembarcar na Geórgia para ajudar o despreparado Exército do país a combater extremistas islâmicos, como parte da "guerra ao terrorismo" iniciada por Washington após 11 de setembro.
"É um grupo inicial, logístico, que vai preparar a infra-estrutura para o início do treinamento", disse o vice-ministro da Defesa, Gela Bezhuashvili, hoje. Os especialistas, que chegaram à paisana na noite de ontem, preparam terreno para 200 militares que vão treinar, a partir de maio, seus colegas georgianos para combater grupos separatistas que agem no território desde 1991, quando a Geórgia ficou independente da extinta União Soviética.
As Forças Armadas da Geórgia já perderam duas guerras contra os separatistas. Atualmente, seu desafio é expulsar os guerrilheiros do vale do Pankisi, um suposto reduto dos militantes islâmicos. A Rússia diz que separatistas tchetchenos também se refugiam ali.
Desde os atentados contra os EUA, Washington já mandou tropas a vários países da ex-URSS próximos ao Afeganistão. Moscou inicialmente não viu com bons olhos o envio de tropas a mais um país da sua órbita, mas depois o presidente russo, Vladimir Putin, disse que não se tratava de "nenhuma tragédia" para os interesses de seu país.
Os russos gostariam de mandar seus próprios soldados para o vale do Pankisi, mas o presidente da Geórgia, Eduard Shevardnadze, mantém relações tensas com Moscou e não quer a presença de soldados russos.
As relações se tornaram mais tensas neste mês, quando, sem serem convidados, soldados russos fortemente armados ocuparam uma área próxima à Abkházia, região rebelde que se alia a Moscou.
Os soldados se retiraram em 24 horas, mas analistas viram no episódio um sinal de que a Geórgia não pode virar as costas a seu poderoso vizinho do norte, mesmo que se aproxime dos Estados Unidos.
Leia mais: