Reuters
30/04/2002 - 23h19

Presidente peruano diz que não cairá em "armadilhas" do FMI

da Reuters, em Lima

O presidente do Peru, Alejandro Toledo, que enfrenta duras críticas e protestos sociais, disse hoje que se sente frustrado por não conseguir reverter a crise econômica e afirmou que seu governo não será apanhado pelas "armadilhas" do FMI (Fundo Monetário Internacional).

"Não seria honesto com meu país se não dissesse que me sinto profundamente triste. E falo ao meu país com o coração aberto, estou triste e bastante frustrado porque o que avançamos é importante, mas não é suficiente", disse Toledo.

"Vejo no rosto das pessoas nas ruas a necessidade de ter um emprego digno", acrescentou em uma cerimônia em que condecorou pequenos empresários locais, depois de ter sido vaiado na véspera em uma zona de comércio popular de Lima.

Peru, a sétima economia da América Latina, registrou em março um crescimento de 3,3% do PIB, o oitavo crescimento mensal consecutivo.

Ainda assim, continua com um alto índice de desemprego, enquanto a pobreza afeta 55% dos 26 milhões de habitantes do país, segundo dados oficiais.

Toledo passa hoje por seu pior nível de popularidade, nove meses depois de assumir o governo para um mandato de cinco anos. Uma pesquisa recente mostrou que 66% da população desaprova a gestão do presidente e apenas 26% a aprovam.

No início do ano, o FMI firmou com o Peru um pacto de metas por dois anos, pelo qual o país se compromete a crescer entre 3,5% e 4% neste ano e 4% em 2003.

"Vamos ser responsáveis na condução da política fiscal e monetária, não vamos cair no populismo barato, que empobrece mais. Mas não estou disposto a ficar preso nas armadilhas do Fundo Monetário Internacional sabendo que isso oprime meu povo", disse Toledo.
 

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