Reuters
01/05/2002 - 09h54

Líder paquistanês vence plebiscito em meio a acusação de fraude

da Reuters, em Islamabad

Em meio a acusações de fraude, o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, venceu com uma folgada margem o plebiscito que prorroga seu mandato por mais cinco anos, mostraram dados oficiais divulgados hoje.

Os resultados mais recentes davam conta de que mais de 98% dos 37,1 milhões de votos contados até agora concordavam com a permanência do general em seu cargo.

As urnas ainda estão sendo abertas, mas a apuração aponta para um comparecimento de 60% em um eleitorado estimado em algo em torno de 62 milhões de pessoas.

Nas eleições parlamentares de 1997, menos de 36% por cento dos eleitores compareceram às urnas. Os números agora podem surpreender observadores independentes, segundo os quais os locais de votação estavam de modo geral vazios nas duas maiores cidades do país, Lahore e Karachi.

Os partidos de oposição, que pediram por um boicote ao plebiscito, classificado por eles de antidemocrático, estimaram o comparecimento às urnas entre 5 e 7 por cento e pediram pela renúncia de Musharraf.

Um respeitado grupo de defesa dos direitos humanos, a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão (HRCP), também afirmou ter sido pequeno o número de votantes e disse visto indícios de fraude.

Reuters - 12.ago.2001
Pervez Musharraf, presidente do Paquistão
Apesar de Musharraf, que subiu ao poder em 1996 por meio de um golpe, ser popular em vários setores da sociedade, os adversários dele dizem que a máquina do Estado entrou em cena para garantir a vitória do presidente no plebiscito.

Jornalistas viram funcionários do setor público sendo pressionados para votarem. Em uma oportunidade, flagraram urnas sendo enchidas com votos por funcionários do governo.

Os EUA, que contaram com o apoio de Musharraf em sua "guerra contra o terrorismo", não quiseram criticar o plebiscito.
 

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