Reuters
08/05/2002 - 13h11

Retina biônica devolve visão parcial a seis pacientes americanos

da Reuters, em Chicago

Eles não são tão rápidos como o Homem Biônico, mas seis pacientes que receberam retinas biônicas estão vendo coisas que não enxergavam há anos.

Os seis pacientes, a maioria deles virtualmente cega, fazem parte de um estudo piloto que usa um microchip movido à luz solar, fabricado pela Optobionics, uma empresa privada de Illinois.

Os microchips são implantados atrás da retina por meio de uma cirurgia e convertem luz em energia. Eles são menores que a cabeça de um alfinete e têm a espessura de uma folha de papel. "O que estamos fazendo é tentar substituir a função dos fotorreceptores", disse o médico Alan Chow, oftalmologista pediátrico e chefe de operações da companhia.

Ele desenvolveu o chip em parceria com o irmão Vicent Chow, engenheiro elétrico. A perda das células fotorreceptoras sensíveis à luz ocorre na retinite pigmentosa e na degeneração macular, as duas causas mais comuns de cegueira intratável em países desenvolvidos, que afetam ao menos 20 milhões de pessoas em todo o mundo.

Chow também observou que os chips parecem estimular as células saudáveis que sobraram. "Estamos bastante empolgados. Inicialmente esperávamos apenas uma percepção da luz onde o implante estava. O que parece ter melhorado nas outras áreas era inesperado", disse ele.

O especialista afirmou que o aparelho está tendo um "efeito de resgate" na retina, restaurando células próximas ao local do implante. "O que achamos que está acontecendo é que o implante estimula outras células ao redor da retina. Estamos observando que a visão está melhorando não apenas na área do implante, mas também em regiões próximas".

Chow vai apresentar os resultados de seu experimento no encontro anual da Associação para Pesquisa da Visão e Oftalmologia, hoje, na Flórida.

O experimento incluiu três pacientes que ficaram com os chips implantados por nove meses e outros três por 21 meses. Todos eles, na faixa dos 45 aos 76 anos, perderam a visão na retinite pigmentosa, uma condição hereditária na qual a retina se degenera gradualmente.

De acordo com Chow, os testes foram feitos para determinar se o aparelho era seguro. "Em todos os seis pacientes, não há sinais de infecção, inflamação, rejeição e afastamento", ressaltou ele. O médico também afirmou que o chip não se moveu ou se desgastou, e nenhum dos pacientes teve dor ou desconforto. "Ninguém diz que há um implante nos olhos deles".

Chow disse que sua empresa continuaria monitorando os pacientes e planeja mais implantes no futuro.

 

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