Reuters
10/05/2002 - 11h39

Mortos por atentado na Rússia já são 41; Putin promete reagir

da Reuters, em Moscou

Subiu para 41 hoje o número de mortos na explosão ocorrida na véspera no sul da Rússia, durante as celebrações do Dia da Vitória contra os nazistas. As demonstrações mundiais de solidariedade parecem ter incentivado a intenção do Kremlin de reprimir com violência os autores do atentado.

O presidente Vladimir Putin e seu colega norte-americano, George W. Bush, se referiram aos autores do atentado como terroristas. Ninguém assumiu sua autoria, mas os principais suspeitos são os guerrilheiros que lutam pela independência da Tchetchênia, região vizinha ao Daguestão, onde ocorreu o atentado.

"Há 41 mortos, dos quais 17 crianças", disse Ramazan Magomedov, o representante do governo no Daguestão. Dzhamalutdin Gasayev, subsecretário regional de Saúde, disse que há dezenas de pessoas em estado grave e o saldo de mortos pode subir. "Ao todo, 48 crianças foram afetadas, entre elas bebês", disse.

Reuters - 9.mai.2002
Policial observa manchas de sangue e pedaços de instrumentos musicais destruídos durante atentado a bomba que matou 34 pessoas no Daguestão


Os militares e a polícia disseram hoje que estão vasculhando a cidade de Kaspiisk, onde ocorreu o atentado, e localidades vizinhas à procura de mais bombas. A explosão foi provocada por controle remoto, junto à banda de música que se apresentava no desfile do Dia da Vitória.

Putin reuniu-se com autoridades hoje para discutir as investigações e a ajuda às vítimas. Ele recebeu mensagens de solidariedade dos Estados Unidos, da França e do Reino Unido, entre outros.

A Rússia diz que o combate ao separatismo tchetcheno [muçulmano] é parte da campanha mundial contra o terrorismo. O assunto deve ser discutido entre 23 e 26 de maio na reunião de cúpula entre Putin e Bush.

O atentado pode ser visto como uma mensagem dos rebeldes de que a repressão russa não está levando a lugar nenhum. Mas seu efeito pode ser justamente o de aumentar essa repressão, que gera frequentes críticas à atuação russa nos direitos humanos -embora as reações por parte dos governos ocidentais tenham diminuído depois de 11 de setembro.

Ontem, Putin disse que não vai baixar a guarda contra os rebeldes, a quem prometeu derrotar. Ele comparou o atentado aos métodos usados pelo nazismo.



 

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