Reuters
18/05/2001 - 14h46

Iugoslávia e guerrilhas respeitam acordo de retirada

da Reuters, em Pristina (Iugoslávia)

Forças iugoslavas e guerrilheiros de etnia albanesa respeitaram um acordo para se retirarem de duas vilas no vale do Presevo, na Sérvia, mas um comandante rebelde ainda continua obstruindo a pacificação da área, afirmou hoje a Otan (Organização do Tratando do Atlântico Norte).

Shawn Sullivan, chefe do escritório da Otan na Iugoslávia, disse que as inspeções das vilas de Lucane e Turija, perto da fronteira com Kosovo, mostraram que elas foram desmilitarizadas, seguindo acordo firmado ontem.

"Certificamo-nos nesta manhã. Verificamos a situação e parece que ambos os lados estão cumprindo o acordo integralmente", disse Sullivan.

A saída dos militares e guerrilheiros foi parte dos esforços mediados pela Otan para reduzir a tensão na região antes da volta das tropas iugoslavas a uma zona junto à fronteira, hoje ocupada por guerrilheiros.

A agência da ONU para refugiados, Acnur, preocupada em evitar um êxodo da população albanesa da região com a chegada dos soldados iugoslavos, elogiou o acordo. "O que aconteceu em Lucane mostra que um processo pacífico pode alcançar resultados positivos", disse Eric Morris, enviado especial da agência à região. "Deixemos que esse seja um exemplo para resolver os demais obstáculos, no mesmo espírito de paz."

Mas Sullivan apontou um comandante da guerrilha UCPMB, Muhamed Xhemajli, como possível fonte de problemas, acusando-o de recentes incidentes violentos no vale do Presevo.

"Acho que está claro que a UCPMB está fraturada e que o comandante Xhemajli não a representa", disse Sullivan. "Ele é um criminoso e sua conduta está minando uma resolução pacífica deste conflito."

Xhemajli está supostamente na parte norte do "Setor B" da zona, onde tropas iugoslavas poderão entrar a partir da próxima semana, por decisão da aliança militar ocidental.

As guerrilhas dizem lutar contra a repressão sérvia a albaneses étnicos. Mas o Ocidente diz que não faz sentido a luta armada deles, uma vez que reformistas democráticos chegaram ao poder em Belgrado.

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