Reuters
18/05/2001 - 15h58

Produtor de shows decide processar U2

da Reuters
Em São Paulo

O produtor Franco Bruni, que trouxe a banda irlandesa U2 para uma série de shows no Brasil em 98, vai entrar nesta sexta-feira com uma queixa-crime por calúnia, injúria e difamação contra o vocalista Bono Vox e o baterista Larry Mullen Jr.

A confusão começou na recente passagem da banda pelo Brasil, em novembro de 2000, quando o U2 fez um especial de TV para o programa ''Fantástico'' e gravou um videoclipe nas ruas do Rio de Janeiro.

Na época, o jornal "O Globo" noticiou, com destaque, declarações de Mullen dizendo que Bruni "não pagou muitos profissionais, inclusive nós. Fomos embora sem receber boa parte do cachê".

Bono acrescentou que "não foi nossa culpa o show (do Rio) ter tido tantos problemas". Um dos dois shows programados foi cancelado, o que resultou em um grande congestionamento para a única apresentação da banda em solo carioca.

Três dias depois da declaração, a produtora da banda, Shila Roche, se desculpou, também através do jornal "O Globo". "Larry se equivocou, estava se referindo ao não pagamento dos direitos autorais do grupo, o cachê foi pago".

Bruni, em entrevista por telefone, compara: "Se o George W. Bush vem até aqui e fala algo, não adianta o porta-voz dele desmentir. Quero uma retratação do Bono Vox e do Larry Mulle".

Em relação ao suposto não pagamento dos direitos autorias, Bruni diz que o equivalente a 450 mil dólares foram depositados em juízo, em março de 1999. Segundo ele, o dinheiro só não foi ainda pago à banda irlandesa por causa de uma discussão entre o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) e os detentores dos direitos autorais. Como o show de abertura foi feito por Gabriel Pensador, que tocou músicas de outros autores, várias pessoas estão envolvidas nessa disputa.

"Fui muito corajoso ao trazer a maior banda do mundo para o Brasil. Só de cachê eles receberam 8 milhões de dólares por três shows. O custo total da turnê chegou a 15 milhões de dólares. Estou traumatizado e chocado com as declarações. Quero justiça e uma retratação da banda", disse Bruni.

"A corda sempre estoura no lado mais fraco. De um lado, o U2. Do outro, um empresário brasileiro. Mas eu tenho mais de 700 páginas de documentos que vão mostrar que cumpri todos os contratos", finalizou o produtor.

A Universal Music no Brasil, gravadora do U2, afirmou à Reuters através de sua assessoria de imprensa que ainda não tem nenhum parecer sobre o assunto.
 

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