Reuters
14/05/2002 - 12h07

Trunfo de "Homem-Aranha" é o sensível Peter Parker

da Reuters, em São Paulo

A saga da transformação do jovem - de motivo de chacota na escola a super-herói na cidade - chega aos cinemas brasileiros nesta sexta-feira, com o aguardado "Homem-Aranha, o Filme". Nos Estados Unidos, a produção se tornou o primeiro filme da história a ultrapassar a cifra de US$ 100 milhões no fim de semana de estréia.

O roteiro é velho conhecido dos amantes dos quadrinhos: o estudante é picado por uma aranha mutante e ganha superpoderes, como agilidade, força e fios de teias que saem de seus pulsos e o permitem balançar de prédio em prédio como um verdadeiro Tarzã moderno.

E não é a primeira vez (nem será a última) que um personagem sai dos gibis para fazer sucesso nas telonas do mundo. Porém, "Homem-Aranha" tem muito mais a oferecer ao espectador do que impressionantes efeitos visuais e cenas de luta de tirar o fôlego.

O maior trunfo de "Homem-Aranha, o Filme" é o adorável Parker, personagem interpretado pelo ator Tobey Maguire. Sua transformação em super-herói rende boas risadas - como nas cenas em que ele aprende, sozinho, a controlar seus poderes.

O jovem começa a gostar de seu novo "eu", principalmente ao ganhar músculos e perder a terrível miopia. O ápice de sua "vingança nerd" ocorre quando ele consegue bater no sujeito grandão que vive tirando sarro de sua timidez (e que, coincidentemente, é o namorado de Mary Jane, sua amada, interpretada por Kirsten Dunst).

Porém, o que pode parecer divertido, mostra-se como um duro fardo a carregar. "Este é meu dom e minha maldição", diz Parker, ao perceber que sua vida pessoal vai ficar sempre em segundo plano quando se tem uma cidade como Nova York para cuidar.

Paralelamente à crise de identidade do herói, o cientista Norman Osborn (Willem Dafoe), pai milionário do melhor - e único - amigo de Parker, acaba tomando uma poção que o transforma no assassino Duende Verde. E a eterna luta entre o Bem e o Mal está selada.

A estréia de "Homem-Aranha" chega no ano em que a Marvel, editora especializada em histórias em quadrinhos, comemora os 40 anos da primeira aparição do super-herói no gibi "Amazing Fantasy" em 1962.

Mas a saga percorreu um longo período até, finalmente, chegar às telas. Por mais de uma década, a produção se afundou em falências, processos judiciais, mudanças de diretor e até mesmo uma polêmica sobre os ataques de 11 de setembro - os anúncios do filme mostravam as torres gêmeas do World Trade Center.

Quem acabou tomando as rédeas (ou as teias) do filme foi Sam Raimi ("A Morte do Demônio" e "O Dom da Premonição"), ele próprio um grande admirador de quadrinhos. Sua paixão pelo personagem aliviou o medo de muitos fãs em ter o sensível super-herói alterado em função da adaptação.

O resultado não poderia ter sido melhor: em uma arrecadação recorde, "Homem-Aranha" conseguiu a cifra de US$ 114 milhões em seu primeiro fim de semana em cartaz nos Estados Unidos, dobrando a quantia na semana seguinte.

 

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