Grupo fará protesto contra Glaxo em defesa de drogas anti-Aids
da Reuters, em LondresO grupo britânico Oxfam, que promove campanha contra o alto preço das drogas contra a Aids na África, está planejando pressionar os acionistas da GlaxoSmithKline Plc na reunião anual da companhia nesta segunda-feira (21).
O porta-voz da Oxfam, Matthew Grainger, disse que cerca de 24 manifestantes, vestidos com aventais brancos de laboratório, vão protestar na frente do prédio onde se dará a reunião, no centro de Londres. O motivo do encontro é discutir o compromisso da companhia na melhoria do acesso às drogas.
A GlaxoSmithKline, maior fabricante mundial de medicamentos de combate à Aids, vem sendo alvo de ataques por não se empenhar no aumento dos suprimentos de drogas anti-retrovirais baratas na África subsaariana, onde mais de 25 milhões de pessoas estão infectadas pelo HIV.
A companhia prometeu dar descontos de 90% nos medicamentos do coquetel anti-Aids mas, como outros grupos farmacêuticos, resiste a medidas que suspendem suas patentes.
"Se eles querem de fato tornar as drogas mais acessíveis para os pobres, o que deveriam fazer é atenuar as patentes e permitir que a competição dos genéricos comece", disse Grainger.
O porta-voz da Glaxo, Philip Thomson, disse que os medicamentos genéricos não resolveriam o problema.
"Milhões de pessoas estão morrendo a cada ano nos países em desenvolvimento, porque não têm condições de obter tratamentos genéricos de baixo custo para malária, tuberculose e outras doenças comuns. Isso não é resultado da proteção de patentes, mas de fatores como pobreza e ausência de sistemas de saúde eficientes", disse ele.
A Glaxo e outros 38 laboratórios retiraram, no mês passado, um processo judicial contra o governo sul-africano que tinha como meta suspender uma lei que prevê a importação de medicamentos genéricos mais baratos. Em troca, Pretória reafirmou seu compromisso de cumprir leis internacionais de patentes.