Reuters
14/05/2002 - 22h42

Bush perde batalha no Senado sobre autoridade comercial

da Reuters, em Washington (EUA)

O governo Bush sofreu hoje uma derrota no Senado dos Estados Unidos, ao tentar ampliar o poder da presidência na definição de novos acordos de comércio. Os senadores concordaram que têm o direito de examinar com atenção qualquer projeto que mude as regras do protecionismo norte-americano.

Ignorando a ameaça de veto de Bush, os legisladores votaram 61-38 a favor de uma emenda dos senadores Mark Dayton, democrata, e Larry Craig, republicano.

Depois da votação, Craig disse a repórteres que ele não espera que Bush vá seguir adiante com sua ameaça: "Eu não acho que ele irá vetar", disse o senador.

Mas o representante comercial dos Estados Unidos, Robert Zoellick, disse que o governo deixou sua posição clara.

"Esta emenda é protecionismo sob a cobertura de procedimentos. Ela vai enfraquecer a capacidade da América em abrir mercados pelo mundo e portanto nós vamos trabalhar para assegurar que ela não esteja no projeto final", disse Zoellick em um comunicado.

O revés de Bush veio durante um debate no Senado sobre a legislação de "autoridade de promoção de comércio" que permitiria à Casa Branca a negociação de acordos comerciais que o Congresso poderia aprovar ou rejeitar por completo, mas não alterar.

A proposta Dayton-Craig quer criar uma exceção à proibição de mudanças do Congresso em acordos de comércio, dando aos senadores uma oportunidade de recusar qualquer parte que muda as leis de proteção comercial dos EUA.

Esta medida é importante para muitos senadores, que argumentam que os Estados Unidos têm um dos mercados mais abertos do mundo e que por isso precisa tomar uma decisão de se proteger contra negócios desleais. Entretanto, os parceiros comerciais do país reclamam que Washington frequentemente usa suas medidas de proteção de maneira injusta.

Bush quer a aprovação do projeto de autoridade de promoção de comércio do jeito que está, sem a emenda, para criar a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), que reunirá os Estados Unidos, Canadá e México a outros 31 países da América, entre eles o Brasil, até janeiro de 2005, e concluir uma nova rodada de negociações comerciais mundiais no mesmo período.

Simpatizantes do projeto defendido por Bush afirmam que sem a autoridade, outros países não negociarão seriamente com os Estados Unidos porque eles saberão que o Congresso pode acabar alterando qualquer tratado comercial aprovado. A Casa Branca não tem autoridade para negociar desde 1994. Bush passou a maior parte dos últimos 15 meses tentando recuperá-la.
 

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