Reuters
15/05/2002 - 15h50

Problemas da América Latina dominarão cúpula de Madri

da Reuters, em Madri

O ressurgimento da instabilidade política e econômica em países da América Latina está no cento das atenções da reunião em Madri, a partir de sexta-feira (17), direcionada a estabelecer relações mais próximas entre a Europa e a região.

O otimismo europeu em relação à América Latina, que aumentou nos anos 1990 com o fim das ditaduras e das guerras civis na América Central, diminuiu nos últimos meses por causa da crise econômica na Argentina, da tentativa de golpe na Venezuela e do fracasso do processo de paz na Colômbia.

Apesar disso, líderes da União Européia querem aumentar os laços com a América Latina e com o Caribe. Autoridades da UE esperam que o encontro ajude nas complexas negociações comerciais com o Mercosul.

No total, 48 líderes da UE e da América Latina foram convidados para a reunião, que dará continuidade aos debates do Rio de Janeiro em 1999. Uma autoridade espanhola classificou o evento de "a maior reunião de chefes de Estado e governo jamais realizada na UE".

O presidente do Banco Central Europeu, Wim Duisenberg, do Banco Europeu de Investimento, Philippe Maystadt, e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Enrique Iglesias, também foram convidados.

O presidente Fernando Henrique Cardoso embarcou hoje para Madri para participar do encontro.

A segurança será reforçada. Ontem, a polícia espanhola prendeu dois suspeitos de pertencerem ao grupo separatista basco ETA, que estariam preparando um ataque durante a reunião. Ativistas antiglobalização também planejam uma série de protestos.

No sábado (18) serão realizados encontros separados entre grupos de países latino-americanos e da UE.

"Estamos determinados a fazer com que Madri não seja apenas um local de conversas", disse o comissário de Assuntos Externos da UE, Chris Patten, em discurso ao Parlamento Europeu hoje.

Para ele, estará em jogo "a credibilidade fundamental de todo o processo" de construção de laços mais próximos entre os continentes.

Os debates cobrirão temas como cooperação internacional contra o terrorismo -assunto que será apresentado pelo primeiro-ministro britânico, Tony Blair- e cooperação na luta contra o tráfico de drogas, liderado pelo presidente do Peru, Alejandro Toledo.

Outros assuntos são democracia e direitos humanos, educação, meio ambiente e "diferença tecnológica" entre ricos e pobres.

A Argentina deverá incentivar a UE a comprar mais do país e pedir apoio às negociações com o Fundo Monetário Internacional.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deverá participar. Mas o presidente de Cuba, Fidel Castro, ainda é dúvida.

O encontro também celebrará o final dos três anos de negociações comerciais e políticas entre o Chile e o bloco de 15 países europeus, mas a assinatura do acordo ficará para depois, disseram fontes da UE.

 

FolhaShop

Digite produto
ou marca