Reuters
16/05/2002 - 13h49

UE deve incluir as Farc em lista de "terroristas'', diz Aznar

da Reuters, em Madri

A Espanha, atual presidente da União Européia, informou hoje que apóia a inclusão das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) na lista de grupos terroristas da UE, a fim de aumentar a pressão contra o maior grupo rebelde do país.

Reuters - 16.mai.2002
José María Aznar, primeiro-ministro da Espanha
"Eu apóio a idéia de incluir as Farc na lista de grupos terroristas porque é isso o que eles são", afirmou a repórteres o primeiro-ministro espanhol, José María Aznar, antes de se encontrar com o presidente colombiano, Andrés Pastrana, na véspera de uma cúpula de 50 países da Europa e América Latina.

"O que quer que façamos será em acordo com o presidente Pastrana e com o governo da Colômbia", disse.

A Colômbia espera que a UE inclua os grupos rebeldes de esquerda do país na lista, o que restringiria a atividade política deles na Europa, afirmou um membro do corpo diplomático colombiano.

O pedido para inclusão dos grupos na lista será feito formalmente amanhã pelo presidente colombiano durante um discurso a ser proferido na cúpula que ocorre até sábado (18) em Madri.

"Amanhã será o dia para isso", disse uma autoridade diplomática da Colômbia que não quis ter sua identidade revelada.

Essa autoridade disse que Pastrana, cujo mandato acaba em agosto, espera que a UE volte atrás em sua decisão de não incluir os grupos Farc e Exército de Libertação Nacional (ELN) na lista de organizações terroristas.

"Temos esperança de que a União Européia mude sua decisão. O chanceler espanhol [Josep Piqué] afirmou várias vezes que essa decisão não era definitiva. A lista é revisada toda hora", explicou.

A recusa da UE em mudar a posição das Farc se basearia no desejo de alguns países europeus manter abertos os canais de comunicação com os grupos guerrilheiros colombianos na esperança de que isso seja útil em um futuro processo de paz.

A Colômbia reforçou seu pedido à UE depois de as Farc terem atirado um míssil caseiro contra uma igreja de um vilarejo pobre do país, matando 117 pessoas, entre as quais 45 crianças. O episódio foi considerado a pior matança de civis dos 38 anos de conflitos no país.

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