Reuters
20/05/2002 - 13h56

Colômbia nega pedido das Farc de deixar área produtora de coca

da Reuters, em Bogotá

O governo e os principais candidatos presidenciais da Colômbia rejeitaram hoje uma proposta do maior grupo guerrilheiro colombiano para que fossem desmilitarizadas as maiores áreas produtoras de coca do país como condição para a retomada das negociações de paz.

A proposta das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) veio a público ontem e coincidiu com o encerramento da campanha eleitoral antes da escolha, no próximo domingo (26), do novo presidente do país, que sucede o atual titular do cargo, Andrés Pastrana.

"Isso é totalmente descabido, já que o estabelecimento de uma zona desmilitarizada antes não cumpriu seus objetivos", afirmou o ministro do Interior do país, Armando Estrada.

Segundo analistas, a proposta das Farc procura testar o próximo governo. As posições da guerrilha e dos dirigentes colombianos, porém, estão distantes demais para que se retome o diálogo a curto prazo.

Pastrana entregou às Farc no final de 1998 o controle sobre uma zona de 42 mil quilômetros quadrados como condição para a realização de negociações de paz que visavam colocar fim aos 38 anos de guerra civil, que apenas nos últimos dez anos matou 40 mil pessoas.

Pouco depois de mais de três anos de diálogos infrutíferos, o presidente rompeu em fevereiro com o processo e acusou as Farc de usarem a zona para esconder vítimas de sequestros, preparar ataques e traficar drogas e armas.

As Farc pediram a retirada das Forças Armadas de uma zona de 113.850 quilômetros quadrados nos Departamentos de Caquetá e Putumayo, as duas principais regiões produtoras de coca do país.

"A Colômbia não pode se deixar distrair. O país tem de aplicar medidas de segurança e não se envolver nessas discussões", afirmou o candidato dissidente do Partido Liberal, Alvaro Uribe, que lidera as pesquisas.

Leia mais no especial Colômbia
 

FolhaShop

Digite produto
ou marca