Conservadores britânicos esperam apoio de Thatcher nas eleições

da Reuters, em Londres

Ela ajudou o italiano Silvio Berlusconi, mas conseguirá fazer o mesmo com o William Hague? A "dama de ferro" britânica, Margaret Thatcher, apoiou efetivamente a candidatura do novo premiê da Itália, mas ainda se discute no Reino Unido se ela fará o mesmo com relação ao seu sucessor na liderança do Partido Conservador.

Hague, que está 20 pontos percentuais atrás do atual primeiro-ministro Tony Blair na corrida rumo às eleições gerais de 7 de junho, certamente gostaria de um empurrãozinho da ex-governante britânica.

Aos 76 anos, Thatcher ainda goza de uma popularidade de fazer inveja aos outros políticos. Mas os aliados de Hague sabem que a paixão que ela desperta pode ser favorável mas também prejudicial - ela é odiada quase na mesma proporção em que é amada pelos ingleses.

"Ela é algo bom para nós. Ela sempre nos ajuda", disse um dos principais estrategistas da campanha dos conservadores. O escritório de Thatcher disse que ela será uma personagem bastante ativa nas próximas semanas, embora uma reportagem no jornal "Financial Times" tenha dito que Hague decidiu utilizá-la apenas esporadicamente na busca de votos.

Analistas políticos afirmam que os atuais sinais de nostalgia no Partido Conservador com relação aos tempos de Thatcher não correspondem ao sentimento geral do eleitorado no país.

"Thatcher foi a política que causou a maior polarização na história britânica", disse Patrick Dunleavy, professor de política da London School of Economics. "40% do país a amava, e o restante a detestava completamente."

Em suas aparições, a "dama de ferro" costuma elogiar Hague, mas a sua admiração por ele não chega a ser convincente. Esta semana, ela disse a simpatizantes do candidato conservador que ele é um "excelente" líder para o partido (com o qual ela ganhou três eleições consecutivas).

Indagada se acredita numa vitória de Hague, porém, foi menos entusiástica, respondendo apenas: "Eu nunca perdi".