Philco lança primeiros aparelhos de TV digital no Brasil
da ReutersA Philco, fabricante de equipamentos eletrônicos do grupo Itaú, coloca nas lojas a partir de junho os primeiros aparelhos de TV com capacidade de reprodução de imagens digitais fabricados no país.
Esses televisores ainda precisarão, no entanto, de um conversor quando se iniciarem as transmissões de sinais digitais.
O mercado de eletroeletrônicos está se preparando para uma revolução, que deve levar à renovação do parque de 54 milhões de aparelhos de TV instalados em 98% dos lares brasileiros.
Numa primeira fase, os conversores devem dominar o mercado local pela possibilidade de serem conectados a TVs analógicos, e pelos preços serem menores que os dos televisores digitais.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) chegou a estimar todos os investimentos que serão necessários em US$ 10 bilhões em dez anos. Para a Philco, essa transição pode se prolongar por até 15 anos.
O vice-presidente da Philco, Cláudio Vita Filho, reafirmou hoje, ao lançar os novos produtos, que o governo brasileiro deve se pautar por um modelo de negócios viável para a indústria local nas negociações com os detentores das três tecnologias disponíveis —a norte-americana ATSC, a européia DVB e a japonesa ISDB.
"O ideal seria que fosse o mais negociado possível. Se levar mais dois ou seis meses não faz a menor diferença para um negócio de 30 anos", disse Vita.
O governo chegou a adiar várias vezes a definição de um padrão para TV digital, mas agora afirma que vai tomar uma decisão em julho ou agosto.
Vita defendeu também que o país coloque na mesa de negociação contrapartidas comerciais, embora tenha feito um alerta sobre as moedas de troca.
"O Brasil está aprendendo a entrar nessas negociações. Lá atrás, simplesmente abrimos o mercado", comentou Vita. "Agora precisamos escolher: queremos trocar nosso complexo eletroeletrônico por questões agrícolas, é uma decisão de governo", disse.
A principal demanda da Philco sobre o assunto é que o Brasil consiga garantir um padrão de TV digital que se baseie em software aberto, isto é, que possa ser desenvolvido por vários fornecedores.
Para o lançamento dos modelos de TV digital, a Philco desenvolveu localmente toda a parte de software. Quanto ao aparelho em si, apenas 15% dos componentes usados são produzidos no Brasil.
A Philco investe tradicionalmente entre R$ 10 milhõs e R$ 15 milhões por ano em pesquisa para o segmento de televisores. Na campanha de lançamento dessa nova linha de produtos serão gastos R$ 2 milhões.
Os lançamentos digitais são um aparelho de 32 polegadas, ao preço de R$ 6.500, e um de 42 polegadas, com monitor de plasma, custando R$ 23.500. O terceiro produto é um aparelho analógico de 34 polegadas, tela plana e gasto reduzido de energia, que deve custar R$ 3.800.
