Reuters
20/05/2001 - 23h49

Ocidente está mais relutante em fazer missões de paz, diz relatório

da Reuters, em Londres

Os países do Ocidente mostram-se cada vez mais avessos a participar de missões de paz fora de suas esferas de interesse, afirmou um importante grupo de pesquisa do Reino Unido.

O Instituto Internacional para Estudos Estratégicos (IISS) afirmou em seu relatório anual sobre política internacional que, quando as forças de paz eram compostas por tropas vindas de um número muito grande de países, elas careciam da vontade política necessária para atuar efetivamente.

"Os países ocidentais mostram-se cada vez mais relutantes em participar de forças de paz fora de suas áreas e os países subdesenvolvidos sentem que o Ocidente os está abandonando", afirmou o capítulo do documento do IISS intitulado "O Futuro das Forças de Paz".

Segundo o instituto, a experiência da missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) em Serra Leoa, onde as tropas não conseguiram agir de forma coordenada e eram em pequeno número, levantam dúvidas sobre o poder do organismo mundial em implantar a paz em qualquer lugar.

As operações tendem a ser mais eficazes, disse o IISS, quando um país ou um pequeno grupo de países com um interesse específico no local em crise assumiam um papel de liderança.

Os países que contribuem para as missões de paz também devem estar dispostos a pagar um "preço financeiro e político considerável", afirmou o IISS. O instituto citou os exemplos da Austrália em Timor Leste e da Nigéria no continente africano.

Os EUA, a superpotência mundial hegemônica, devem continuar nos Bálcãs, já que têm interesse em garantir a estabilidade da Europa, mas mostram-se menos dispostos a atuar em outras regiões. "O governo norte-americano prefere encorajar a regionalização das missões de paz."
 

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