Reuters
23/05/2002 - 11h22

China mostra apreensão devido a tensão entre Índia e Paquistão

da Reuters, em Pequim

Por sobre as altas montanhas e geleiras de sua fronteira ocidental, a China observa com nervosismo a concentração de forças militares paquistanesas e indianas em meio a um potencialmente explosivo impasse no sul da Ásia.

O crescente nível de tensão entre as potências nucleares vizinhas disparou os alarmes no governo chinês, que passou os últimos anos buscando um ponto de equilíbrio nas suas relações com seu tradicional aliado Paquistão e sua ex-adversária Índia, disseram analistas hoje.

O primeiro-ministro da Índia, Atal Behari Vajpayee, deve se reunir com seus assessores de segurança na região da Caxemira, sob disputa, na quinta, depois de dizer aos soldados estacionados ali que se preparassem para um "combate decisivo".

Diminuindo o tom mais tarde, o premiê afirmou ver um céu limpo riscado algumas vezes por raios.

A China pediu contenção aos dois países, permanecendo oficialmente imparcial apesar de seus interesses na Caxemira, região da qual controla uma área cedida pelo Paquistão e ainda reclamada pela Índia.

A imparcialidade, porém, não chega ao ponto de o país ser capaz de atuar como mediador no conflito, algo impossibilitado pelas vendas de armas ao Paquistão e pela falta de confiança na relação com a Índia, com quem travou uma breve guerra de fronteira em 1962.

E, de todo modo, a China mostra-se relutante em abandonar sua política de não interferir com os assuntos internos de outros países.

"A China alterou sua postura anterior, de reproduzir o ponto de vista do Paquistão, e adotou uma atitude mais neutra, pedindo contenção aos dois lados", disse Robert Karniol, da revista "Jane's Defence Weekly".

"Isso é em parte reflexo das preocupações com conflitos internos e, em um segundo plano, reflexo do descongelamento das relações com a Índia. Mas, se as coisas piorarem, a China apoiará os paquistaneses."

Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão


 

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