Reuters
23/05/2002 - 19h12

Candidato presidencial de direita lidera pesquisas na Colômbia

da Reuters, em Bogotá

O candidato direitista Álvaro Uribe saiu de circulação em abril, quando escapou por pouco de um atentado, mas mesmo assim deve se eleger presidente da Colômbia no próximo domingo (26), em uma campanha marcada pela violência.

Reuters - 23.mai.2002

Álvaro Uribe, candidato à presidência da Colômbia


Uribe tem 48% das intenções de voto, em grande parte por causa de seu discurso que prega a guerra aberta contra as guerrilhas colombianas, em especial as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), com apoio militar norte-americano. Com o slogan "Mão firme, coração grande", ele também propõe dobrar o número de policiais e pedir a intervenção da ONU (Organização das Nações Unidas) no país, em guerra civil há 38 anos.

Esses argumentos são o contrário do que propôs o atual presidente, Andrés Pastrana, eleito com discurso pacifista. Após anos de negociação, não houve acordo com a guerrilha e seu Partido Conservador ficou tão dividido que nem terá candidato.

Na manhã de hoje, uma bomba explodiu em um escritório da campanha de Uribe em Medellín. Não houve feridos, mas foi uma demonstração do que levou Uribe a conduzir a reta final da campanha pela televisão. O atentado mais grave contra ele aconteceu em abril, em Barranquilla. A bomba destruiu o carro blindado do candidato e matou quatro pessoas, mas ele escapou ileso.

A grande dúvida agora é se Uribe, 49, advogado, ex-governador, ex-aluno de Oxford e Harvard, conseguirá os 50% necessários para evitar o segundo turno. Do contrário, a Colômbia volta às urnas três semanas depois.

Hernán de la Cuesta, do instituto de pesquisa Invamer Gallup, acha que a tensão eleitoral pode levar muitos indecisos a votarem em Uribe em nome de uma definição rápida. O principal adversário dele é o candidato oficial dos liberais, Horacio Serpa, que figura 17 pontos atrás.

Nos últimos dias, Serpa acusou Uribe de ser o candidato dos paramilitares de direita e de incentivar o conflito. De fato, grupos de direitos humanos temem que Uribe não demonstre contra os paramilitares o mesmo empenho que contra as Farc, a guerrilha que na década de 1980 assassinou seu pai.

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