Reuters
24/05/2002 - 07h47

Enviado dos EUA reúne-se com Chávez e pede diálogo nacional

da Reuters, em Caracas

A mais importante autoridade dos Estados Unidos a visitar a Venezuela após o golpe de Estado acontecido no mês passado pediu ontem a retomada do diálogo entre o presidente, Hugo Chávez, e seus adversários para neutralizar as tensões no país politicamente dividido.

Richard Haas, diretor do escritório de política de planejamento do Departamento de Estado dos EUA, reuniu-se por mais duas horas com Chávez no Palácio Miraflores, em Caracas. Ele repetiu as negativas do governo norte-americano de que seu país tenha encorajado o golpe de Estado contra Chávez.

Haas foi o primeiro representante norte-americano a visitar a Venezuela, grande exportador de petróleo para os EUA, desde o golpe de 11 a 14 de abril, no qual Chávez foi deposto brevemente por militares rebeldes. Ele foi reinstalado na Presidência mais tarde por tropas leais.

A administração dos Estados Unidos ficou sob alvo de críticas por ter demorado muito tempo para condenar o golpe contra o líder populista da Venezuela, cujas políticas são questionadas por Washington.

"Os Estados Unidos não têm nada a ver com os eventos de abril", disse Haas a repórteres. Acusações de que os EUA se envolveram no golpe, no qual mais de 60 pessoas foram mortas durante violentos protestos nas ruas de Caracas, foram feitas por alguns simpatizantes do governo Chávez.

"Os Estados Unidos se opõem 100% a qualquer ação política que não esteja dentro da norma constitucional e da democracia", disse Haas.

Ele acrescentou que foi surpreendido pela profunda divisão política entre os simpatizantes e opositores de Chávez.

"Nós acreditamos fortemente que seria melhor para todo o povo da Venezuela se um sério, genuíno e significativo diálogo nacional e político acontecesse."

Além de Chávez, Haas também visitou alguns membros da oposição e representantes do empresariado e dos trabalhadores da Venezuela em sua visita de dois dias ao país.

"O que queremos ver é uma aproximação pacífica e democrática das diferenças políticas aqui."

Desde o fracasso do golpe de Estado do mês passado, Chávez tem pedido por um diálogo nacional com seus oponentes, que o acusam de tentar instalar um regime autoritário no país parecido com o governo cubano.

Chávez incomodou os Estados Unidos no passado por ter relações com países como Cuba, Líbia e Iraque, inimigos do governo norte-americano. Ele também irritou o governo Bush ao criticar a guerra do país no Afeganistão e afirmar que o conflito estava matando inocentes civis.

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