Reuters
26/05/2002 - 11h18

Paquistão testa outro míssil, Índia aumenta defesa

da Reuters, em Islamabad (Paquistão) e Nova Déli (Índia)

O Paquistão realizou hoje seu segundo teste com mísseis, ignorando pedidos para abandonar a série de lançamentos que fez aumentar a tensão com a Índia e levantou temores de uma guerra entre os rivais nucleares.

A Índia minimizou os testes, qualificando-os de rotineiros, mas aumentou a segurança para proteger instalações vitais de petróleo e gás.

Em um discurso transmitido pela televisão em cadeia nacional, o primeiro-ministro indiano, Atal Behari Vajpayee, disse que o mundo tinha de se dar conta de que a paciência da Índia tem limite quando se trata dos ataques feitos por militantes, os quais, segundo Nova Déli, teriam apoio do Paquistão.

"A comunidade mundial deve entender que há um limite para a paciência da Índia", disse Vajpayee. "Como podemos tolerar atividades terroristas em nosso país e por quanto tempo?", questionou.

Vajpayee disse também que a Índia deveria ter respondido imediatamente ao ataque de dezembro contra seu Parlamento. "No dia em que o ataque contra o Parlamento ocorreu, eles deveriam ter recebido uma resposta da Índia", afirmou, sem fornecer mais detalhes.

A tensão aumentou depois do sangrento ataque de 14 de maio contra um campo do Exército na Caxemira. Os vizinhos têm trocado disparos com artilharia pesada na fronteira há mais de uma semana e 16 civis em ambos os lados foram mortos nos confrontos do final de semana, disseram oficiais.

"Como parte de uma série de testes com mísseis em andamento, o Paquistão realizou hoje um teste bem-sucedido com seu novo míssil de médio alcance Haft-3 [Ghaznavi]", disse o Exército paquistanês em um comunicado.

Os Estados Unidos e a Rússia pediram que o Paquistão interrompesse os testes que começaram ontem com o lançamento de um míssil de médio alcance Ghauri, capaz de atingir as principais cidades indianas, incluindo Nova Déli e Bombaim.

O Paquistão informou que os testes de "rotina" continuariam na terça-feira (28).

Segundo o comunicado do Exército paquistanês, o presidente Pervez Musharraf mandou seus cumprimentos depois dos testes de hoje.

"Este foi o primeiro teste com o míssil Ghaznavi, que é capaz de levar ogivas com precisão a até 290 quilômetros. As informações do teste coletadas indicam que todos os parâmetros planejados foram alcançados com sucesso", afirma o comunicado.

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