Reuters
27/05/2002 - 09h32

Corpos sem queimaduras são a pista no acidente de Taiwan

da Reuters, em Taipé

Corpos com olhos abertos, ossos quebrados e sem queimaduras estão dando importantes pistas aos investigadores que tentam entender por que um avião rachou em pleno vôo, matando 225 pessoas perto de Taiwan.

Até agora foram resgatados 80 corpos. A maioria teve maxilares deslocados, entre outras fraturas, e não usava coletes salva-vidas. Isso demonstra que tudo aconteceu muito rápido.

Foi o terceiro grande acidente aéreo na Ásia em seis semanas. O Boeing 747-200 da companhia China Airlines, de Taiwan, ia para Hong Kong. Radares militares mostraram como o avião rachou em quatro partes, a quase 10 mil metros de altitude, e caiu no mar. Uma das peças voou em direção contrária à rota do Boeing.

"A fuselagem é importante (para a investigação). E o fato de muitos corpos resgatados não terem queimaduras é também uma prova muito valiosa", disse Kay Yong, diretor-gerente do Conselho de Segurança Aérea do governo de Taiwan.

Especialistas esperam recuperar a caixa-preta ainda hoje, o que pode esclarecer o acidente. Por enquanto, há três teorias: uma explosão interna, uma súbita despressurização da cabine ou uma colisão em pleno vôo.

As autoridades de Taiwan descartam a possibilidade de atentado terrorista ou de que o avião tenha sido atingido por um míssil chinês -suspeita levantada devido ao estado de permanente animosidade entre a ilha e o continente, separados desde 1949.

O jornal "United Daily News", de Taiwan, apresentou outras hipóteses: turbulência, fadiga de material, rachaduras na estrutura metálica ou problemas mecânicos -os quais foram descartados pela empresa, que argumenta que o piloto, com 23 anos de experiência, teria tido tempo de avisar à torre sobre qualquer anormalidade.

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