Reuters
27/05/2002 - 14h28

Se atacado, Paquistão revidará com força total, diz Musharraf

da Reuters, em Islamabad

O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, disse hoje que seu país não queria a guerra com a Índia, mas estaria pronto para responder com força total se as forças indianas atacassem.

"Nós não queremos a guerra. Mas se a guerra nos for imposta, vamos responder com força total, e realizar uma represália à altura", disse Musharraf depois que seu país testou dois mísseis balísticos no fim de semana, ambos com possibilidade de carregar ogivas nucleares.

"Estamos diante de uma situação grave, estamos em uma encruzilhada histórica", disse o líder paquistanês em um pronunciamento televisionado e endereçado à nação que teme uma quarta guerra entre os inimigos com poderio nuclear. "O perigo da guerra ainda não foi afastado."

Os dois Estados localizados no sul da Ásia deslocaram cerca de 1 milhão de homens ao longo de suas fronteiras desde um ataque contra o Parlamento indiano em dezembro. A Índia atribui a responsabilidade por ele a militantes que vivem no lado paquistanês da Caxemira.

As tensões se intensificaram novamente depois que supostos militantes paquistaneses atacaram uma base do Exército indiano na área da Caxemira, em 14 de maio, fazendo com que o primeiro-ministro da Índia, Atal Vajpayee, dissesse que as suas tropas estavam preparadas para uma "batalha decisiva".

Eleições
Frente à ameaça de guerra, Musharraf pediu a união do país e prometeu hoje que convocaria eleições parlamentares entre 7 e 11 de outubro.

O general, que tomou o poder em 1999 durante um golpe militar, conquistou mais uma mandato de cinco anos depois de vencer um controverso referendo que foi classificado por observadores internacionais como extremamente tendencioso para o lado de Musharraf.

"Esta é a minha promessa ao país, que estas eleições serão justas e transparentes e que convidaremos todos aqueles estrangeiros que desejarem observar as eleições."

Após o discurso de Musharraf, a Índia disse que seu ministro das Relações Exteriores daria uma "resposta ponderada" hoje às declarações do general.

"Este não é realmente o momento de uma resposta impulsiva...", disse uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores indiano.

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