Fitas mostram ligação entre Itália e atentados nos EUA, diz jornal
da Reuters, em Milão (Itália)Após gravar conversas telefônicas mantidas por ativistas islâmicos, a polícia da Itália sugere que o país pode ter servido de base para a preparação dos ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos, afirmou o jornal italiano "Corriere della Sera".
Em conversas mantidas entre agosto de 2000 a fevereiro de 2001, um líder religioso muçulmano, conhecido como Es Sayed Abdelkader, fala sobre um campo de treinamento para jovens ativistas na Itália e sobre um possível ataque aos EUA, segundo a transcrição das ligações.
O egípcio Es Sayed, conhecido também como Abu Saleh, viajou para a Itália no final dos anos 90 e foi escolhido líder religioso de uma mesquita em Milão que seria, segundo autoridades norte-americanas, o quartel-general da rede Al Qaeda na Europa. A Al Qaeda é liderada por Osama bin Laden, acusado pelos EUA de ser o responsável pelos ataques de 11 de setembro.
O jornal afirmou que Es Sayed fugiu do país em julho de 2001 e teria morrido em combate no Afeganistão.
Em um telefonema de 24 de janeiro de 2001, Es Sayed, de Milão, repreende um colega tunisiano que lhe pergunta se os documentos falsos que tentava conseguir eram "necessários para nossos irmãos que estão indo para a América".
"Você não deveria falar os nomes verdadeiros desses irmãos. Não diga essas palavras novamente", afirmou Es Sayed.
Em 12 de agosto de 2000, o líder religioso teria falado com um iemenita conhecido como Abdulsalam Ali Ali Abdulrahman, ou Al Hilal, sobre um campo de treinamento para ativistas na Itália e sobre um ataque aos EUA que supostamente seria o de 11 de setembro.
"Você sabe que estamos em um país cheio de inimigos de Deus, mas somos mujahidin [combatentes]. Podemos conquistar o poder usando faíscas e aviões. Eles não podem nos deter com suas armas mais poderosas."
A Itália prendeu mais de 40 supostos ativistas islâmicos depois de 11 de setembro.
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