Reuters
29/05/2002 - 08h20

Paquistão já teve tempo para agir contra terrorismo, diz Índia

da Reuters, em Nova Déli

O ministro das Relações Exteriores da Índia, Jaswant Singh, disse hoje que o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, já teve tempo suficiente para controlar militantes e precisa reconhecer a urgência da situação.

"O general Musharraf já teve tempo suficiente. É vital que ele reconheça a urgência da situação", disse Singh em uma entrevista coletiva durante a visita à Índia do ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Jack Straw.

Mas Singh também deixou aberta a possibilidade de uma melhora no atual impasse militar entre os dois países ao dizer que havia várias propostas para monitorar se Musharraf estava cumprindo uma promessa de acabar com a infiltração de militantes na Caxemira indiana.

Segundo o ministro indiano, as propostas seriam estudadas "quando o clima apropriado for restabelecido".

Straw repetiu comentários feitos ontem em Islamabad, capital do Paquistão, de que a mais recente crise entre os dois países do Sul Asiático precisa ser resolvida sem qualquer ação militar e pediu para Musharraf implementar sua promessa de conter militantes.

"O teste de qualquer afirmação é ação e não palavras."

Violência
A explosão de três bombas na manhã de hoje deixou seis feridos em Ahmedabad, capital econômica do Estado de Gujarat, oeste da Índia.

Segundo a polícia, as bombas foram colocadas em três ônibus.

Há dois meses, Gujarat têm sido cenário de uma série de violentos enfrentamentos entre hindus e muçulmanos que já deixou mais de mil mortos, segundo o balanço oficial.

As vítimas são sobretudo muçulmanos, mortos em represália pelo ataque de um trem repleto de ativistas hindus.

Histórico
Os dois vizinhos detentores de armas nucleares estão em confronto desde o ataque ao Parlamento indiano em dezembro do ano passado. A Índia responsabiliza pelo atentado militantes islâmicos caxemires sediados no Paquistão.

A tensão piorou em 14 de maio quando 30 pessoas foram mortas durante um ataque à região indiana da Caxemira. Nova Déli acusou novamente os militantes muçulmanos que lutam contra seu controle sobre a Caxemira.

Os dois países travaram três guerras desde a independência da Inglaterra em 1947. Duas delas foram por disputas da Caxemira.

A Índia controla 40% da Caxemira; o Paquistão um terço, e a China o resto. Os muçulmanos são maioria na região, e há 12 anos eles começaram a lutar pelo separatismo, num conflito que já matou mais de 33 mil pessoas. O Paquistão propõe um plebiscito para definir o futuro da área. A Índia prefere a mediação internacional.

Com agências internacionais

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