Reuters
31/05/2002 - 08h55

Rússia e EUA aumentam pressão para evitar guerra na Ásia

da Reuters, em Nova Déli

Os Estados Unidos e a Rússia aumentaram sua pressão diplomática para evitar que Índia e Paquistão entrem em guerra. Hoje, o presidente George W. Bush reuniu homens importantes de seu gabinete para passar aos paquistaneses a mensagem de que é preciso conter os separatistas da Caxemira.

"Estamos deixando muito claro ao Paquistão e à Índia que a guerra não servirá a seus interesses", disse Bush em Washington, ao lado dos secretários de Estado, Colin Powell, e de Defesa, Donald Rumsfeld.

Rumsfeld visita a região na próxima semana, seguindo o exemplo de outros diplomatas de primeiro escalão nos últimos dias. Uma das preocupações norte-americanas é que o Paquistão abandone a fronteira do Afeganistão, onde ajuda os EUA na caça à Al Qaeda, para deslocar mais soldados para a fronteira com a Índia.



"Nós e outros estamos deixando claro que ele [o presidente paquistanês, Pervez Musharraf] deve manter sua palavra. Deve conter as incursões [de guerrilheiros caxemires na Índia]", disse Bush.

Controlar os militantes é também uma exigência da Índia desde que um grupo armado invadiu o Parlamento, em Nova Déli, em dezembro.

Hoje, o ministro indiano da Defesa, George Fernandes, tentou aliviar a tensão, dizendo que a situação é estável. "As tropas estão dos dois lados, olho no olho, por seis meses, então acho que não é preciso se preocupar bem agora sobre o que pode acontecer", disse.

Musharraf ainda precisa provar que poderá cumprir sua promessa de conter os militantes. Analistas dizem que há militares simpáticos aos separatistas dentro do seu governo.

O Paquistão admite apenas apoio moral e diplomático à causa da Caxemira, região de maioria muçulmana que já provocou duas guerras entre Índia e Paquistão, países que hoje têm armas nucleares. Hoje, houve novos confrontos militares na fronteira, sem relatos de baixas.

O chanceler britânico, Jack Straw, que deixou a região na quarta-feira (29), disse ao ministro Fernandes que recebeu de Musharraf a promessa de que "dentro de um certo período de tempo" as incursões de militantes vão acabar. Ele não deu um prazo específico.

Em Moscou, o vice-chanceler Alexander Losyukov afirmou que a Rússia ainda espera que os líderes da Índia e do Paquistão se encontrem durante uma reunião de cúpula que ocorre na próxima semana no Cazaquistão. O presidente Vladimir Putin prometeu encontrar-se com Musharraf e com o indiano Atal Behari Vajpayee para tentar convencê-los a negociar.

A exemplo de outros países, o governo dos EUA sugeriu a seus cidadãos que deixem a Índia e o Paquistão. Um almirante britânico que participa da guerra no Afeganistão disse que a retirada paquistanesa já está sendo sentida, mas Bush afirmou que a Al Qaeda não deve esperar nenhuma vantagem de um eventual cenário de guerra entre Índia e Paquistão.

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