Reuters
31/05/2002 - 15h48

Cidade natal de Mata Hari quer erguer museu em sua memória

da Reuters, na Holanda

Celebrada como cortesã e acusada de espionagem -o que a levou à condenação de morte por um pelotão de fuzilamento-, Mata Hari não tem túmulo.

O corpo da dançarina exótica que escandalizou e seduziu a Europa na década anterior à 1ª Guerra Mundial foi dissecado por estudantes de medicina até não sobrar uma grama de seus restos mortais.

Agora, na pequena e modorrenta cidade holandesa de Leeuwarden, onde ela nasceu, historiadores juntaram os pedaços do quebra-cabeças de sua vida e estão comprando a casa onde ela passou a infância para transformá-la em museu em sua homenagem.

A mulher cujo nome artístico, Mata Hari, significa "Olho do Dia" no idioma malaio, acumulou poucas posses e perdeu tudo o que tinha, não tendo deixado nem descendentes diretos.

Nascida em 1876 sob o nome de Margaretha Geertruida Zelle, filha de um lojista holandês e de uma mulher javanesa, ela perdeu os pais ainda na adolescência. Casou-se aos 19 anos e, pouco depois, já estava entediada.

Divorciou-se aos 26 e foi para Paris, onde começou sua carreira de dançarina exótica e amante de muitos homens, causando sensação em toda a Europa pelo fato de dançar totalmente nua.

Empregada pelos franceses como espiã durante a 1ª Guerra Mundial, Mata Hari foi executada em 1917, acusada de ser agente dupla, fazendo espionagem também a favor da Alemanha e traindo segredos que teriam levado à morte de milhares de soldados.

Vida nômade

Ela viveu uma vida decadente e nômade, carregando suas jóias, lingeries e casacos de pele para onde ia em dezenas de malas e baús, fazendo e desfazendo as malas constantemente.

Quando Mata Hari foi executada, ela deixou dívidas tão grandes que tudo o que pertencia precisou ser vendido para pagar seus credores.

"Ela gastou tudo o que ganhou. Sobraram muito poucos indícios concretos de sua vida. Estamos realmente lidando com um mito", disse Gerk Koopmans, diretor do Museu Friesland, na cidade de Leeuwarden, onde Mata Hari passou sua infância.

Assim, a exposição atual do museu sobre ela consiste em algumas fotos, algumas cartas, um punhado de recibos de cosméticos e dois cadernos nos quais ela guardou recortes de jornais detalhando sua carreira.

 

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