Reuters
03/06/2002 - 10h22

Primeiro-ministro da Índia condena "terrorismo fronteiriço"

da Reuters, em Almaty

O primeiro-ministro indiano, Atal Behari Vajpayee, atribuiu hoje ao "terrorismo fronteiriço" a situação de tensão que existe hoje na Ásia, mas evitou mencionar o Paquistão durante sua participação em uma reunião regional sobre segurança.

A conferência do Cazaquistão é um dos pontos-chaves nos esforços diplomáticos para evitar uma guerra entre Índia e Paquistão, que mantêm 1 milhão de homens de prontidão na fronteira.

"É claro que discutimos a tensão criada no sul da Ásia pelo terrorismo fronteiriço", disse Vajpayee, após encontro com o líder cazaque, Nursultan Nazarbayez. Ele se referia à ação dos guerrilheiros separatistas muçulmanos da Caxemira, uma região disputada entre Índia e Paquistão.

"Estou contente de que a cúpula de amanhã produza uma declaração conjunta condenando o terrorismo internacional. Expressamos nossa esperança de que esses elementos que acreditam no terrorismo e no extremismo religioso não devem ser tratados com condescendência, e não se pode permitir que seu número cresça", afirmou.

Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Jiang Zemin, participam da reunião e vão tentar atuar como mediadores na crise entre as duas potências nucleares.

Putin deve tentar convencer Vajpayee e Musharraf a se reunirem frente a frente. Ontem, Vajpayee disse que não tem planos para isso. Já Musharraf apoiou a idéia de um encontro, mas disse que não vai repetir sua oferta se Vajpayee continuar se opondo a ela.

Hoje, tropas dos dois países voltaram a travar combates, mas não há relatos de vítimas.

Ontem, o ministro da Defesa da Índia, George Fernandes, disse que não existe motivo de preocupação com a possibilidade de uma guerra nuclear. "Não sei quem começou com isso", afirmou. Musharraf também disse que o uso de bombas atômicas está fora de cogitação.

A crise entre Índia e Paquistão será o assunto dominante da reunião de cúpula de 16 países, que amanhã fazem sua sessão plenária. Putin anunciou no mês passado que atuaria como mediador, durante seu encontro com o norte-americano George W. Bush.

A Rússia é um importante fornecedor de armas para a Índia, cumprindo atualmente contratos de mais de US$ 1 bilhão.

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