Reuters
03/06/2002 - 17h57

Magnata Ted Turner motivou saída de executivo da AOL

da Reuters, em Los Angeles (EUA)

Um ataque de raiva do magnata de mídia Ted Turner, maior acionista individual do grupo AOL Time Warner, teria gerado a saída de Gerald Levin do comando da empresa, de acordo com uma reportagem da última edição da revista Vanity Fair.

Contrariando a impressão pública de que Levin deixou o cargo em maio por vontade própria, o antigo presidente da AOL Time Warner teria sido forçado a sair da companhia após um ataque verbal de Ted Turner durante um encontro do conselho da empresa em 2001, disse a revista, citando uma fonte que estava presente na reunião.

Representantes da AOL Time Warner não foram encontrados para comentar o assunto. A Vanity Fair disse que Levin e Turner se recusaram a dar entrevistas para a reportagem.

Ainda segundo a revista, Turner, vice-presidente da AOL Time Warner, teria batido com as mãos na mesa e gritado no encontro do conselho, acusando Levin de pessoalmente ter destruído a companhia, desmoralizado empregados e encorajado a rivalidade entre divisões da AOL e da Time Warner.

Turner, 63, também teria falado sobre a baixa das ações da empresa, que caíram pela metade em apenas quatro meses. Em janeiro passado, Turner tinha 3,47% de participação no grupo.

A Vanity Fair disse que as acusações de Turner foram seguidas por um silêncio na reunião e que nenhum dos presentes, nem mesmo o próprio Levin, levantou-se em defesa do então presidente-executivo da AOL Time Warner.

De acordo com a revista, "o ataque direto de Turner a Levin naquele dia fez com que os diretores da AOL Time Warner vissem o óbvio: o executivo tinha que ser substituído, rapidamente".

No mês seguinte à reunião, Levin, à época com 62 anos, fez o surpreendente anúncio de que iria se aposentar em maio de 2002, citando, entre outras coisas, que os ataques de 11 de setembro tinham feito com que o sofrimento da perda de um filho em 1997 voltasse à tona.

No final de dezembro, a AOL Time Warner disse que Ted Turner renovou o contrato de vice-chairman da companhia após um pedido de Richard Parsons, que foi designado presidente do grupo no lugar de Levin.
 

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