Autoridades católicas dos EUA testemunham em casos de pedofilia
da Reuters, em BostonDiversas autoridades católicas romanas dos Estados Unidos terão de testemunhar sob juramento nos próximos dias sobre dois casos no escândalo de abuso sexual contra menores na Igreja do país.
Os testemunhos estão relacionados ao caso do padre John Geoghan, que cumpre pena por pedofilia, e ao caso do padre Paul Shanley, acusado de estuprar uma criança em diversas ocasiões, às vezes no confessionário.
Entre os convocados estão quatro bispos e o cardeal de Boston, Bernard Law. Law será questionado amanhã e na sexta-feira (7) por Roderick MacLeish, advogado de uma das vítimas de Shanley. O cardeal é acusado de não ter agido para impedir a pedofilia
"O cardeal disse que há falta de documentos institucionais sobre estes assuntos", disse MacLeish. Segundo ele, os papéis da Igreja liberados por ordem judicial mostram o contrário.
Law é a autoridade eclesiástica de mais alto escalão a testemunhar em um caso judicial. Ele já falou sobre o caso de Geoghan no mês passado.
Segundo transcrições obtidas pela mídia, Law disse que confiou nos conselhos médicos e de seus subordinados ao não afastar Geoghan do trabalho com crianças, mesmo sabendo das acusações contra o padre.
Na terça-feira, o bispo Robert Banks, de Wisconsin, estava sendo questionado sobre o caso de Geoghan. O bispo Thomas Daily, de Nova York, que também trabalhou com Law, e outras autoridades de Boston ouvirão as perguntas dos advogados de supostas vítimas na próxima semana.
Na segunda-feira, o bispo John McCormack, de Manchester, testemunhou sobre o caso de Shanley. Ele foi secretário de assuntos pessoais na arquidiocese de Boston.
Segundo o jornal "Boston Herald", McCormack disse que nunca falou sobre as acusações de abuso sexual porque não queria criar um escândalo. De acordo com jornais locais, o bispo não deu detalhes mas disse que tentou cooperar. "Tentei responder da maneira mais direta, completa e honesta que pude," disse o bispo, segundo o jornal.
