Reuters
06/06/2002 - 11h22

Transtornos psiquiátricos crescem até 90% entre jovens alemães

da Reuters, em Berlim

Um dos principais planos de saúde da Alemanha pediu que sejam analisadas com prioridade para as questões relacionadas à saúde mental. O alerta foi feito após a seguradora registrar um aumento de 51% no número de dias perdidos em consequência desse tipo de problema em um período de quatro anos.

Segundo Eckard Schupeta, vice-presidente do Plano de Saúde dos Trabalhadores Alemães (DAK, na sigla em alemão), o crescimento da ocorrência de problemas mentais observado entre os jovens causa preocupação especial.

Em entrevista coletiva em Hamburgo, para divulgar o balanço anual da empresa, Schupeta informou que houve um grande aumento no registro de doenças mentais entre jovens na faixa etária que vai dos 15 aos 29 anos.

"A análise mostra que os casos de doença, assim como o número de dias perdidos em função desses problemas, vêm aumentando continuamente desde 1997. A frequência de casos entre as pessoas mais jovens apresentou um crescimento desproporcional e alarmante que variou entre 70% e 90%", declarou.

"Um número cada vez maior de jovens reage às demandas da vida profissional e da vida privada com o desenvolvimento de problemas psicológicos", disse Schupeta. "A melhora no atendimento de pessoas com doenças psicológicas deve receber prioridade maior nas futuras políticas de saúde."

O relatório apontou que a depressão é a forma mais comum de doença mental e a que leva os trabalhadores a faltar mais vezes no trabalho. Esse distúrbio é responsável por cerca de 75% de todas as faltas relacionadas a transtornos psicológicos. As mulheres deixaram de ir ao trabalho quase duas vezes mais que os homens por causa de depressão.

Para comparar o impacto de várias doenças psiquiátricas em diferentes setores da população, a seguradora calculou o número de dias perdidos anualmente em função da doença por grupos de cem pessoas.

A cada ano, a depressão causou a perda de 42,3 dias de trabalho para cada cem mulheres e de 23,5 dias para cada cem homens, informou o relatório.

De acordo com o documento, os chamados distúrbios neuróticos também tiveram um papel importante. Essa categoria inclui a síndrome do pânico, o comportamento compulsivo, as reações ao estresse e os problemas psicossomáticos.

O distúrbio neurótico mais comum foi a reação ao estresse, que contribuiu para a perda anual de 21,3 dias para cada cem mulheres e de 11,7 dias para cada cem homens. Os problemas psicossomáticos causaram a perda de 12,9 dias de trabalho entre as mulheres e de 7,1 dias entre os homens. Esse transtorno foi seguido pelos distúrbios relacionados ao pânico, que provocaram a perda de 8,4 dias de trabalho entre as mulheres e de 4,5 dias entre a população masculina.

Um aumento importante pôde ser verificado nas faltas provocadas por distúrbios alimentares. Para cada cem mulheres, o número de dias perdidos por causa desse problema passou de 1,6, em 2000, para 2,6, em 2001. Embora as estatísticas dos distúrbios alimentares entre os homens não sejam tão relevantes, também foi observado um pequeno aumento na ocorrência desse tipo de problema para esse setor da população, segundo o balanço.

O DAK é o segundo maior plano de saúde da Alemanha. Ele oferece cobertura a 7,3 milhões pessoas, das quais 3,1 milhões estão em idade produtiva.
 

FolhaShop

Digite produto
ou marca