Reuters
06/06/2002 - 15h20

Parada gay agita o Queens, em NY, com aprovação da comunidade

da Reuters, em Nova York

A cena parecia algo saído de um dos piores pesadelos de um homófobo e racista: drag queens misturando-se a casais idosos, enquanto lésbicas e gays passeavam em meio a famílias do bairro que voltavam do supermercado - todos formando uma massa tão multicultural quanto uma reunião da Assembléia Geral da ONU.

Foi a parada de orgulho gay e lésbico do Queens, em Nova York, um condado que, no passado, era visto como oásis de famílias brancas e de classe média, de ascendência italiana e irlandesa. Mas o último censo nos EUA revelou que o Queens é hoje o condado de população mais diversificada em todo o país.

Essa diversidade fomenta a tolerância de orientações sexuais que divergem da maioria, afirmam os organizadores da parada, apontando para o fato de que muitos moradores do bairro, incluindo crianças e idosos, ladeavam a avenida, assistindo à passagem da parada pelo bairro de Jackson Heights.

"O que temos aqui em Jackson Heights é o que buscam as comunidades gays de todo o país: a aceitação pela comunidade local", disse Daniel Dromm, co-presidente do Comitê de Orgulho Lésbico e Gay do Queens, que patrocinou o evento.

Carlos Mancheno, 15, que assistiu à parada com colegas de sua classe no vizinho colégio Newtown High, concordou.

"Tem gente aqui que nem sequer é gay, mas está agitando a bandeira gay", disse ele, indicando as bandeiras de arco-íris que já se tornaram o símbolo onipresente do movimento.

Mancheno disse que foi ver a parada por causa do humor ostentado e também "para conseguir camisinhas de graça", acrescentou, enquanto preservativos voavam pelo ar, atirados do carro alegórico da Coalizão Hispânica contra a Aids.

A parada, que é muito menor do que a semelhante em Manhattan, reflete as comunidades predominantes em Jackson Heights, com grande presença de latinos e asiáticos.

Seus organizadores se esforçam para respeitar a comunidade local, tentando assim conservar seu apoio.

"Por isso pedimos às pessoas que sigam algumas diretrizes'', disse o organizador Dromm. "Não pode haver topless, nem nádegas ou genitália à mostra".

Na parada de Manhattan, fantasias que revelam tudo, ou mesmo a nudez total, são vistas habitualmente.

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